Em Como Uma Onda, Kadu Moliterno se sente em casa. Na nova novela das seis, escrita por Walter Negrão, ele vai interpretar o pescador Antônio Amarante, um novo papel na velha lista de personagens ligados ao mar, iniciada com o surfista Billy, da novela O Pulo do Gato, de 1974, o Juba de Armação Ilimitada, de 1985, e o esportista César de Malhação, de 2002.
Mesmo no último trabalho na tevê, o Daniel de Celebridade, ele era um jornalista que, nas horas vagas, pegava suas ondinhas. “Se fosse um astronauta, com certeza, teria que estudar. Mas como vivo à beira-mar o tempo todo, fica mais fácil buscar essa atmosfera”, anima-se.
Mas não foi o fato de voltar para a tevê tão rápido que o animou. Segundo Kadu, seu personagem terá uma participação importante na trama. “Vou ter um espaço bacana. Jamais aceitaria fazer um personagem que é amigo do amigo “, garante.
O ator não esconde de ninguém que já estava mesmo esperando o telefone tocar para participar da trama. “Dennis Carvalho deu uma sondada em Celebridade dizendo que o trabalho não ia parar por aí e que me chamaria para a próxima novela das seis”, revela. De fato, Kadu aceitou a proposta praticamente de olhos fechados.
Apesar do clima de descontração, Kadu garante que toda equipe está empenhada em desenvolver bem a trama. “Walter Negrão deve estar radiante porque o resultado das primeiras gravações está demais. Vem muita surpresa por aí”, promete. As gravações da novela são feitas nos estúdios do Projac, na Zona Oeste do Rio, em Paraty e em Florianópolis. E a rotina de viagens é o que mais complica o trabalho para Kadu, por ter de deixar de dar atenção aos três filhos, Carlos Eduardo, Lanai e Kenui. “Acho que três filhos tinham que ter três pais”, pondera com uma sonora gargalhada.
Aos 48 anos de idade, Kadu acredita que o atual momento simboliza uma mudança de fase na sua vida profissional. Com 34 anos de carreira – seu primeiro trabalho foi em As Pupilas do Senhor Reitor, na Tupi, em 1970 – o ator acha que não vai mais interpretar nenhum “galã” e, sim, personagens maduros e experientes. Motivo de ânimo para se manter trabalhando. “É nessa idade que os personagens são mais fortes e contundentes. Não que outros não sejam, mas esses têm o dom da sabedoria”, filosofa. Na opinião do ator, outro ponto positivo é que não existem muitas pessoas para interpretar personagens mais maduros, o que diminui a concorrência.