São Paulo – O juiz Jurandir de Abreu Júnior, da 5.ª Vara Cível de São Paulo, concedeu liminar na terça, determinando a busca e a apreensão do livro Paulicéia Desvairada, de Mário de Andrade, editado recentemente pela Landmark. Atendeu a um pedido de Telê Ancona Lopez e Tatiana Maria Longo dos Santos, pesquisadoras do Instituto de Estudos Brasileiros da USP. Telê é autora de ensaio incorporado à edição e de notas assinadas com Tatiana. As duas argumentaram que revisões feitas por elas não foram incorporadas ao livro impresso.

À Justiça, afirmam que “a quase totalidade (da obra) está recheada de incorreções e faltas, que corrompem, de forma grotesca, a grande obra de Mário de Andrade, e comprometem, insofismavelmente, a honra e a reputação profissional das autoras”.

A Landmark já anunciara, há uma semana, que interrompera a distribuição e a comercialização da obra, porque considera ter sido enganada pelos herdeiros dos direitos autorais do livro, que haviam negociado anteriormente a publicação de uma edição fac-similar de Paulicéia Desvairada, incorporado à Caixa Modernista (Edusp/Imprensa Oficial/EdUFMG). Se a Landmark, de qualquer forma, disponibilizar exemplares do livro a quem quer que seja, “sem autorização judicial”, está sob pena de pagar multa de R$ 30 mil. Telê e Tatiana terão de depositar como caução o equivalente ao preço final do livro para cada exemplar apreendido “fora dos estabelecimentos da ré”.

Fábio Cyrino, diretor da Landmark, afirmou ontem que a distribuição do livro já fora suspensa. “O texto que publicamos foi o que elas nos mandaram. Nossos advogados estão contestando a liminar”, completou.

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