Rodrigo Amarante certamente não é o músico mais importante da sua geração, mas o talento desse carioca de 32 anos garante que toda a banda em que se meta vá para frente.
Tanto que apenas 18 meses após a pausa dada ao Los Hermanos e à Orquestra Imperial, colhe o sucesso inesperado se seu “projeto paralelo”, o trio Little Joy, que se apresenta amanhã em Curitiba.
A nova banda – que acaba de lançar um disco homônimo – é fruto de uma experiência de Amarante com o baterista do Strokes, o brasileiro radicado nos EUA Fabrizio Moretti, e com a norte-americana Binki Shapiro.
“A gente não se reuniu imaginando ou projetando nada. Foi exatamente o contrário. A gente só queria fazer música pelo prazer de fazer música com qualidade e pela oportunidade de trabalhar com pessoas com idéias parecidas”, esclarece Rodrigo em uma rápida entrevista a O Estado por telefone durante uma passagem de som para um show em Belo Horizonte.
O Little Joy começou a ser concebido após um encontro entre os dois brasileiros em um festival em Portugal em 2006, mas só foi possível depois do stand by dado ao Los Hermanos, em 2007. Amarante se mudou então de mala e cuia para Los Angeles, e os três começaram a fazer música “entre amigos”.
Mas apesar da despretensão do Little Joy, o sucesso do projeto entusiasmou os participantes de tal maneira que eles já fazem planos de continuidade para depois da parada que a banda será obrigada a fazer para que Moretti participe da gravação e divulgação do novo disco do Strokes, o que deve acontecer em março. “Os três querem dar continuidade, já que a receptividade do disco e a turnê estão sendo tão legais”, diz.
Sobre a participação do Los Hermanos no festival Just a Fest, juntamente com o Radiohead, em março, Amarante entristece os fanáticos fãs da banda garantindo se tratar apenas de duas apresentações. “Não temos planos de voltar ainda.”
O Estado – Como você vê a repercussão do Little Joy, uma banda que teoricamente seria um projeto paralelo seu e do Fabrizio Moretti?
Rodrigo Amarante – Acho maravilhoso. Tudo o que está acontecendo com o Little Joy foi surpreendente. Estamos muito felizes. Não imaginava que a banda pudesse ficar tão falada e requisitada.
OE – Fale um pouco do começo da banda. Quando vocês se reuniram, o que tinham em mente?
Amarante – A gente não se reuniu imaginando ou projetando nada. Foi exatamente o contrário. A gente só queria fazer música pelo prazer de fazer música com qualidade e pela oportunidade de trabalhar com pessoas com idéias parecidas. A gente não faz música pensando qual o sucesso que vai fazer ou qual a repercussão que vai ter. Isso acontece naturalmente mais para frente. É um “esperar para ver”, não dá para perder tempo projetando. A gente está super feliz de fazer esse disco e realizar essa turnê. O que vem além disso é bônus.
OE – Como aconteceu o processo de composição das músicas e das letras? Certamente você fez as letras em português…
Amarante – Não fiquei cerceado a essa parte, não. Fizemos o trabalho todo em conjunto, de composição e de arranjo. A maior parte das letras foi feita pela Fabrizio, mas fiz letras inteiras em inglês, como How to hang a Warhol.
OE – O Los Hermanos faz um show no Just a Fest, juntamente com o Radiohead em março. Isso significa uma volta da banda ou é apenas ou show?
Amarante – É só um show… Não temos planos de voltar ainda. Continua o stand by.
OE – E o Little Joy? Vocês já fazem planos para uma nova reu,nião ou estão apenas pensando na turnê…
Amarante – Estamos fazendo planos para continuar. Os três querem dar continuidade, já que a receptividade do disco e a turnê estão sendo tão legais. Mas não sabemos exatamente como vai ser. O Fabrizio volta ao estúdio logo depois da turnê para fazer o novo disco do Strokes, daí ele terá divulgação, turnê e tudo aquilo. E eu tenho o Los Hermanos. Mas queremos continuar por mais que nossas agendas estejam concorridas.
OE – O nome da banda é uma homenagem a um bar que os três frequentavam, é isso?
Amarante – É um bar na esquina perto de onde nós três morávamos em Los Angeles, na Portia Street. Nós tínhamos montado um estúdio em casa, e por causa disso, passamos a frequentar muito o bar. Porque quando você faz da casa o trabalho, quando se quer relaxar, precisa ir a outro lugar. Resolvemos que seria uma homenagem justa.
Serviço
Little Joy Abertura com R³ e Sabonetes Amanha, às 22h, no John Bull Music Hall (Engenheiros Rebouças, 1645 Rebouças) Ingressos: R$ 40,00 (1º Lote), R$50,00 (2.º lote), R$ 60,00 (3.º Lote) Informações: (41) 3252 0706.