Luiza Dantas/Carta Z Notícias
Isabela Garcia.

Isabela Garcia garante que há tempos não se divertia tanto com uma personagem quanto agora, na pele da extrovertida Dinorá. Também pudera. Sua personagem em Paraíso tropical é daquelas barraqueiras típicas, que saem falando alto pelas ruas, grita da varanda do apartamento para alguém que está passando pela calçada e arma planos mirabolantes para voltar com o ex-marido Gustavo, de Marco Ricca. Na reta final da trama de Gilberto Braga, com quem trabalha há 27 anos – desde que viveu a doce Isadora em Água Viva, na Globo -, a atriz assegura que está com a sensação de missão cumprida com este papel. Independentemente se Dinorá de fato vai acabar a história ao lado de Gustavo. ?O bom foi que me diverti desde o início com a Dinorá, assim como quem está assistindo às aventuras dela. Prefiro esse tipo de personagem do que aqueles que nos fazem chorar?, avalia, com sua voz rouca.

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E aventuras não faltam para Dinorá neste último mês da trama. Além de estragar o vestido de noiva de Gilda, personagem de Luli Miller, que vive a namorada de Gustavo, a loura ainda vai aprontar muito com a intenção de terminar a história nos braços do ex-marido. ?O engraçado é que o público fica dividido com a Dinorá. Uns falam que ela é uma chata, outros pedem que ela insista até o fim?, diverte-se a atriz de 40 anos. ?Isso é pura sorte e foge totalmente ao controle dos atores se o casal vai dar certo ou não. O legal é pelo menos ver toda essa aceitação do público?, anima-se.

Na verdade, Isabela deixa transparecer que está bem aliviada com o destaque de seu papel em mais uma parceria com Gilberto Braga. ?Fico segura de trabalhar com ele porque sei que posso confiar no que vem escrito para meus papéis. Assim fico tranqüila. Novela é isso aí, você fica na mão do autor e do diretor. Não tem saída?, constata a carioca.

Mesmo como parte do grupo de ?eleitos? de Gilberto, Isabela não recusa convites para atuar em tramas de outros autores. Tanto que após Celebridade, sua penúltima trama de Gilberto Braga – onde viveu a despachada Eliete, melhor amiga da protagonista Maria Clara, interpretada por Malu Mader -, a atriz participou de mais duas produções. Depois de viver a Déa na minissérie JK, de Maria Adelaide Amaral, a atriz fez uma participação em Belíssima. Na novela de Sílvio de Abreu, Isabela interpretou a Norma, ex-mulher de André, vivido por Marcelo Antony. ?Gosto de trabalhar com a mesma equipe. Nas novelas ficamos oito meses com as mesmas pessoas. Rola com mais facilidade?, desconversa a atriz, que já fez parte do elenco de mais de 20 novelas em seus 36 anos de carreira.

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Apesar de estrear em novelas em 1976, quando viveu a pequena Doró em Vejo a Lua no céu, trama das seis da Globo assinada por Herval Rossano, a atriz apareceu na tevê pela primeira vez aos quatro anos de idade. Foi num episódio do extinto Caso Especial, da Globo. Por praticamente crescer nos estúdios e nos bastidores de novelas, durante muitos anos Isabela chegou a ser chamada de ?Shirley Temple brasileira?, numa analogia com a atriz americana que estreou criança no cinema. ?Realmente vou fundo no que faço e conheço bem essa profissão. Talvez, por isso, seja abordada com tanto carinho pelas pessoas?, comemora.