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Termina hoje o São Paulo Fashion Week edição de inverno 2005. O evento deixou de ser apenas um instrumento para estilistas mostrarem suas obras em termos de roupa e sua discutida criatividade no que se refere a cenários e produção de moda. Sim, é claro que "criatividade" é uma palavra perigosa entre o genial e o patético. Mas quando é bem desenvolvida, acaba participando como elemento importante em um desfile de moda. É nesse ponto que a moda e seus eventos passam a ser atividades culturais, pois estão fortemente ligadas à música, à coreografia, ao teatro e à criação da roupa do ser humano do século 21.

Nesse SPFW duas confecções se destacaram das outras pela qualidade de seus produtos, assim como pela inovação sem cair no ridículo, pela alegria e pelo romantismo das roupas. Isabela Capeto mostrou vestidos e conjuntos fortes para o inverno, que devem influenciar toda a indústria da moda. Amor, cores, cortes modernos sem cair no exagero, Isabela é a costureira e estilista da hora. Personalidades do meio artístico do eixo SP-Rio estão vestindo roupas da Capeto.

A outra confecção que inovou foi a Raia De Goye, duas estilistas paulistanas poderosas que conseguiram apresentar suas roupas no tradicional Teatro Municipal de São Paulo. Ficou bonito. As roupas se destacaram em relação aos concorrentes que desfilam no SPFW. As estilistas foram caprichosas na escolha das cores, embora variadas ao máximo, mas sem bagunçar ou deixar os produtos confusos. Temas geométricos associados, roupas largas, com predominância das batas, uma tendência que permanece.

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Hoje, destaque para Cavalera, uma confecção ultra moderna para surfistas, roqueiros, clubbers que pertence ao folclórico deputado estadual paulista Turco Loco. Gisele Nasser, embora paulistana, tem suas raízes no Paraná, onde aprendeu a costurar com sua avó. Ela apresenta sua moda hoje à tarde, tentando se infiltrar na turma dos confeccionistas tradicionais da capital paulista.

No balanço geral, o São Paulo Fashion Week demonstrou ser um evento que sintetiza a cultura de moda nacional. Confeccionistas, estilistas, imprensa e compradores confraternizaram-se durante sete dias, admirando algumas obras do vestuário masculino e feminino, e negociando os produtos para brasileiros e estrangeiros.

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