Muito se fala sobre a carreira solo de Sandy, mas pouca gente sabe por onde anda Junior Lima. Mas o irmão da cantora também seguiu em frente após o término da dupla e continua trabalhando como músico. Atualmente, Junior comanda um projeto de música eletrônica com o DJ Julio Torres, o Manimal, e se apresentou em Curitiba na madrugada do último domingo (26), na Live, após passar até mesmo pelo Rock In Rio no ano passado.
Em entrevista à Tribuna do Paraná durante essa passagem por Curitiba, Junior se mostrou realizado profissionalmente, mas sempre dando valor ao quanto seu passado fez bem para que pudesse construir algo novo atualmente. “Tudo o que eu vivi, na estrada com minha carreira, me permite ter uma experiência diferente. Além disso, o Júlio também tem uma história longa, na música eletrônica, e estar na estrada é sempre diferente, porque você esbarra em alguns problemas no percurso, então ter bagagem e experiência faz com que a gente consiga fazer o negócio fluir”.
Segundo Junior, Curitiba tem um espaço muito grande para a música eletrônica. “A cidade sempre foi um ponto bom para fazermos show, até mesmo com o projeto anterior da gente. Na verdade, toda a região Sul do país é muito boa, a gente sempre se sente bem aqui”, disse o músico. “A cena de Curitiba sempre foi muito forte e a gente sempre vem muito pra cá. Isso mostra que o negócio é quente aqui”, brincou Julio Torres.
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Trajetória versátil
Para quem não se lembra, depois do fim da dupla com Sandy, na qual cantava música pop, Junior montou uma banda de rock, a Nove Mil Anjos, seguiu na música eletrônica, com o Dexterz, e também criou um projeto para a internet chamado Collab, no qual mostra os bastidores de suas gravações. O músico avalia que o projeto atual traz algo ainda mais orgânico (música limpa, que funcione perfeitamente com todas as misturas) para dentro da música eletrônica. “A gente tem em comum algo mais ‘nerd’, que é uma parada de estudar a música, de deixar a coisa bem orgânica mesmo. Gostamos da parte mais técnica da música, de deixar o som redondo e de estudar o que a gente está fazendo”, detalhou.
O som do projeto é de música eletrônica, mas isso se mistura com algumas particularidades, como a inclusão de instrumentos musicais, como guitarra e bateria, o que traz um diferencial. “Nós dois temos gostos diferentes, mas também uma parte que se encontra. Tudo o que a gente ouve acaba fazendo parte do que a gente cria, fica no inconsciente e acaba refletindo no som. Na verdade a gente faz isso porque é o som que gente gosta”, explicou Junior.
Para o DJ Julio Torres, a parceria com Junior fez com que os dois se tornassem grandes amigos. “Junior tem muita bagagem, então a gente usa isso no palco também. Mas o processo de fazer a música é sempre todo nosso, juntos”, disse ele, explicando que, na hora de criar, os conhecimentos de ambos se misturam. “Aproveitamos todo o conhecimento de ambos e gravamos tudo: guitarra, voz, violão, bateria. A ideia é deixar tudo orgânico (sem regras, nem estilos musicais) e trazer isso para a música eletrônica”, definiu o DJ.
Juntos, os dois já fizeram vários sons que trouxeram participações de outros músicos, como Lenine, Maria Gadú e Lucas Silveira. À Tribuna do Paraná, Junior e Julio disseram que estão planejando algo novo, que fuja do comum, mas não revelaram o nome. “A gente sempre tem parcerias novas em mente, até mesmo pra misturar o nosso som com o de outros artistas, mas não podemos falar senão a gente estraga a surpresa. Estamos tentando engatilhar ideias diferentes”, finalizou Junior.
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