Pela primeira vez, Cleópatra, um dos maiores mitos femininos da Antigüidade, será representado em língua portuguesa em filme dirigido por Júlio Bressane, o mais autoral cineasta brasileiro, produzido pelo Grupo Novo de Cinema e TV/Filmes do Rio de Janeiro. Após exaustivas pesquisas na literatura, pintura e estudos de acervos museológicos, Bressane debruçou-se sobre a obra Vidas ilustres, do filósofo e biógrafo grego Plutarco, para filmar a vida da última rainha do Egito.
O elenco traz Miguel Falabella como Júlio César, Alessandra Negrini como Cleópatra e Bruno Garcia como Marco Antônio. Os atores ensaiaram dois meses antes das três semanas de filmagens que tiveram início no dia 31 de maio no Forte de Copacabana. As filmagens também serão realizadas em estúdio, no Parque Laje e Forte da Urca, e terminam do dia 20 de junho.
Cleópatra é o segundo longa de Bressane produzido pelo Grupo Novo de Cinema e TV. O primeiro foi Filme de Amor, que recebeu o prêmio de Melhor Filme no Festival Sesc dos Melhores Filmes de 2004. Exibido na Quinzena dos Realizadores (Festival de Cannes/2003), Filme de Amor, também venceu os prêmios de melhor filme, fotografia (Walter Carvalho) e trilha sonora (Guilherme Vaz), no 36.º Festival de Brasília, em 2003.
Retratado inúmeras vezes pelo cinema europeu e norte-americano, o mito de Cleópatra, na leitura de Bressane, será retratado através de sua vida privada como uma mulher cujos maiores encantos eram a erudição e a diplomacia. Extremamente culta, filha de Ptolomeu, general macedônio de Alexandre, o Grande, Cleópatra freqüentou, desde menina, a biblioteca de Alexandria e pôde preparar-se para o exercício do poder, desempenhando com ousadia e coragem vários papéis ao longo de sua vida pública e privada ao lado de duas grandes paixões, Júlio César e Marco Antônio.
Julio Bressane sintetiza o projeto como ?uma invenção e uma apropriação do mito? descrito por Plutarco, nascido na Grécia no ano 46 depois de Cristo. ?É a versão antiga de Cleópatra, glória daquela geração, e da mulher que tinha o domínio divino dos sentidos?, diz o diretor.
O tema central será o confronto entre os mundos grego e egípcio, segundo a visão multifacetada de Cleópatra. As instituições políticas, a luta pelo poder e as grandes batalhas servirão como pano de fundo para sua movimentação na História. No cerne do filme estará a luta de Cleópatra na construção de sua persona como última representante da dinastia de Ptolomeu depois de um reinado de 290 anos.
O mundo de Cleópatra
Egito, algumas décadas antes de Cristo. O Mediterrâneo é dominado por Roma.
Na capital do império, o poder é dividido entre o Senado e os senhores da guerra, como Júlio César, Marco Antônio, Pompeu. Em Alexandria, a dinastia ptolomaica, fundada há trezentos anos por Alexandre, o Grande, conhece mais uma crise sucessória. A jovem princesa Cleópatra disputa ferozmente o trono com seu irmão. Pompeu, perseguido por Júlio César, foge para o Egito, onde é decapitado. César, que viera atrás de Pompeu, ambicionava dominar o Egito e dispor de suas riquezas. Uma história de lutas, conquistas, amores, vícios e tragédias em torno de Cleópatra, última rainha do Egito.
Sinopse
Cléopatra: o mito em sua intimidade.
Sedutora e passional, Cleópatra concilia herança histórica, vocação política, ousadia estratégica e ambição desmedida para o pleno exercício do poder na confluência das culturas grega e egípcia. Ao invés de uma Cleópatra épica, o filme apresentará uma Cleópatra lírica, em que seus maiores embates ocorrem com ela mesma.
Elenco
Alessandra Negrini – Cleópatra; Miguel Falabella – Júlio César; Bruno Garcia – Marco Antônio; Tonico Pereira – Adivinho; Taumaturgo Ferreira – Otávio César.
Isabel Gueron Iras (escrava de Cleópatra) ; Josie Antelo Carmina (escrava de Cleópatra) Nildo Parente – Conselheiro de César 1; Cézar Augusto -Conselheiro de César 2; Heitor Martinez – Conselheiro de César 3; Lúcio Mauro Senador; Bel Garcia – Calpúrnea.