Jude Law provoca romaria de mulheres a teatro de NY

Tinha mais mulher feliz e namorado contrariado do que em show do Chico Buarque. Uma hora antes do espetáculo, na quinta-feira, elas já começaram a fazer uma ruidosa fila à frente do Broadhurst Theatre, na Rua 44, para ver a peça “Hamlet”, de Shakespeare. Ok, tá certo que na Broadway o povo entra em fila até para injeção na testa, mas essa fila certamente será diferente das outras – mais perfumada, maquiada e repleta de saltos altos. E vai se repetir até o dia 6 de dezembro, quando o ator inglês Jude Law, de 37 anos, estrela a última de 12 apresentações lotadas de “Hamlet”, na versão de Michael Grandage.

“Jude é bonito, mas Shakespeare é melhor”, jurou na calçada do teatro, após a sessão, Chelsea Trowbridge, estudante de Inglês que foi ao teatro acompanhada da amiga Danielle Burkee. “Não tenho tanto conhecimento de teatro para julgar as interpretações, mas me parece que ele foi muito bem, assim como todo o elenco.”

Jude não tira a camisa nem mostra as partes em cena, mas quando brinca como um acrobata nos ombros de dois companheiros de cena, exibindo a forma física de um Diego Hipólito, arranca aplausos emocionados das moças (bom, ele arranca aplausos até quando a fala não é dele…). “Jude é um ator muscular, visceral, e tem uma conexão direta com as emoções mais cruas”, defendeu o diretor Michael Grandage.

Descalço em cena a maior parte do tempo, Jude Law faz um Hamlet casual, falsamente ordinário, que até imita macaco e caranguejo e faz uma piadinha levemente homofóbica ao acariciar o braço de Horatio (Matt Ryan) e soltá-lo de supetão. As dezenas de casais gays na plateia não chiaram porque, no final, Horatio beija a testa de Hamlet enquanto este morre em seus braços.

O elenco parece escolhido a dedo, todo o povo good looking do teatro – os rapazes são guapos, como Laertes (Gwilym Lee), Horatio (Matt Ryan), James Le Feuvre (cortesão), Alan Turkington (Francisco), Henry Pettigrew (Marcellus) ou Rosencrantz (John MacMillan). Ofélia (Gugu Mbatha-Raw), que é mulata, passeia pelo palco (e canta) com pijaminha de menina de orfanato, fazendo o gênero sexy distraída. O efeito é previsível. A Rainha Gertudre (Geraldine James) é um clone da Cate Blanchett, elegante e linda, só que parece mais nova que o filho Hamlet.

O ator Ron Cook, que faz o conselheiro Polonius, é o ponta-de-lança do elenco “engraçadinho” (trabalhou na TV nas séries The Lost Prince, The Singing Detective e Little Dorrit). O veterano Peter Eyre se destaca como o fantasma do pai de Hamlet, e mostra versatilidade em drama e comédia nos dois atos (no segundo, ele interpreta um ator que Hamlet usa para desmascarar o padrasto). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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