No cotidiano da sala de aula, é comum a reclamação dos discentes sobre a monotonia das aulas e dos temas apresentados por educadores, à medida que não têm relações com o cotidiano de suas vidas. O modelo educacional está superado por não ouvir ou não levar em conta as necessidades dos alunos. Porém, alguns estudantes, por conta própria, vencem as dificuldades mais facilmente. É o caso dos jovens Rodrigo Santana, Fernando Pires, Kleber Costa e Awalex Sandro.
Recentemente, Rodrigo e Fernando pediram para me falar. Entusiasmados, me apresentaram uma pasta fichário, resultado de minuciosa pesquisa sobre a história de Almirante Tamandaré. Fiquei encantado com o volume de informações levantadas, desde fotos do começo do século passado até depoimentos. Um trabalho passível de publicação, um futuro livro. Os empresários ou autoridades políticas do município poderiam financiar a iniciativa dos garotos.
Entre as curiosidades coletadas pelos jovens, destaco O Fantasma no Botiatuba.
Dona Glaci, entrevistada pelos estudantes, contou que no tempo em que era freira participou de um retiro no Seminário Santo Antônio no bairro Botiatuba. Num dia de finados, as freiras estavam reunidas em oração na capela do seminário há muito tempo. De repente, ouviram aplausos vindos do lado de fora. Estranharam porque o bairro Botiatuba tinha poucos habitantes e era alta hora da noite. Assustadas, as freiras saíram, mas não encontraram ninguém. Acreditaram que vinham das almas por quem intercediam pelas orações.
Jorge Antonio de Queiroz e Silva é palestrante, pesquisador, historiador e professor. Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná. queirozhistoria@terra.com.br