Nos próximos dias 26 (sexta-feira) e 28 (domingo) de maio, o Teatro Guaíra recebe a Ópera Chip and his dog, do italiano Gian Carlo Menotti. O espetáculo conta com uma grande produção e reúne um coral com quinze vozes, uma orquestra de câmara com regência de Alessandro Sangiorgi, direção de Denise Sartori, participação da atriz Lala Schneider e elenco. Destaque para Diana Daniel, cantora lírica de 19 anos, protagonista da ópera.
Natural de Curitiba, Diana entrou para o mundo da música aos 3 anos de idade com o estudo de violino. O incentivo para que a vida artística prosperasse não foi pouco. Com formação em piano clássico, Mirna, sua mãe, sempre lhe deu apoio, inclusive acompanhando a filha nos diversos concursos internacionais que vêm marcando sua carreira. Atualmente Diana cursa o terceiro ano de Vocal performance no Boston Conservatory (EUA). Como em 2007 ela se forma com apenas 20 anos de idade, Diana pretende cursar uma especialização para que com 23 anos consiga entrar para o quadro de artistas de uma ópera internacional.
De férias no Brasil pelos próximos quatro meses, ela lamenta que nos anos vindouros sua programação não permita passar tanto tempo em casa. ?Tenho que aprimorar algumas técnicas vocais e aprender outras línguas (italiano, francês e alemão), mas sempre que puder visitar minha terra e me apresentar, virei?, conta. Dona de uma voz cheia e escura, característica típica dos mezzo-sopranos, na ópera Chip and his dog ela interpreta o personagem masculino Chip. ?É uma experiência importante, principalmente para o meu tipo de voz?, diz.
Em breve muitos papéis masculinos estarão à sua espera. ?Muitas óperas têm personagens masculinos e existe a demanda de mezzo-sopranos?, explica. Alguns exemplos são as As bodas de Fígaro, de Mozart, o personagem é o Querubino; Fausto, de Gounod, o personagem é Siebel; e Cavaleiro da rosa, de Strauss, com o Octaviano, sua ópera predileta. Entre outras experiências com ópera, em 2006 Diana participou da de Benjamin Britten, Midsummer night?s dream, com o papel de Hermia.
O estudo de canto lírico entrou na vida da curitibana aos dez anos de idade, com Simone Foltran. Aos 12 tornou-se aluna de Denise Sartori. Três anos depois ela faria seu primeiro solo com uma orquestra sinfônica, em Porto Alegre (RS). Diana representou o Brasil em evento realizado no Vaticano, e participou de um show em Istambul, na Turquia. ?Adorei Istambul, a cidade é linda e fui cantar música popular com 14 anos. Na época não ficava nervosa?, diz, lembrando que não havia muita cobrança.
Diana Daniel
?No conservatório fiz amigos, mas sempre acabamos falando de música e vamos assistir orquestras. A Sinfônica de Boston é incrível?. Para matar as saudades da mãe, ela costuma trocar e-mails e conversar pelo messenger. Sua frustração é não ter tirado a carteira de motorista. ?Tentei duas vezes mas não passei. Quando estou de férias treino e faço auto escola, mas o tempo que estou fora não pratico e acabo esquecendo. Depois de me apresentar quero rever os amigos de Curitiba, ir para praia, dançar, ver filmes e, quem sabe, tirar a carteira de motorista?, brinca.
Sobre os americanos ela conta que são fechados e serenos, estão sempre com o espírito competitivo. ?No conservatório eu sou a mais nova. Às vezes a turma se reúne para dançar em bares e claro que acabo sobrando?, conta. Como nos EUA só é permitida a entrada em bares para os maiores de 21 anos, Diana acaba passando a noite em casa e acessando os sites brasileiros.