Tarcísio Filho e Othon Bastos fazem o nazista Mengele na juventude e em seus últimos dias. |
O médico nazista Josef Mengele, responsável pela morte de 400 mil judeus no campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, é tema do próximo Linha Direta Justiça, que vai ao ar na quinta-feira, dia 22. Foragido desde maio de 1945, Mengele teria passado no Brasil os 19 últimos anos de sua vida. O fato só foi descoberto em 1985, quando um exame de DNA comprovou serem do nazista os restos mortais encontrados em Bertioga, em São Paulo, em 1979. A idéia do programa é focalizar a história no que ela se relaciona com o Brasil. ?Não pretendemos contar a vida do Mengele, mas sim a história dele relacionada com a investigação policial brasileira?, ressalta o diretor Milton Abirached.
O personagem será mostrado em dois tempos: como o médico que usava os judeus como cobaias em suas experiências para provar a superioridade da raça ariana, durante a guerra, vivido por Tarcísio Filho, e disfarçado no Brasil, na pele de Othon Bastos. ?É a história de um bom velhinho que escondia um monstro?, define Milton. As cenas mais intensas, portanto, ficam a cargo de Tarcísio Filho, que, assim como o restante do elenco, fez aulas de alemão para participar do programa, parcialmente falado no idioma natal de Mengele. ?A língua se presta muito ao que a gente imagina que deva ter sido esta situação. É uma língua agressiva, difícil de falar. Para mim foi muito difícil?, reconhece Tarcísio. Já Othon destaca a carga dramática que o personagem carrega ao longo da vida. ?Faço a parte mais suave, mas é um homem que não vai conseguir fugir de seu passado nunca. À proporção em que envelhece, o passado fica ainda mais forte nele?, acredita.