O artista José Resende expõe simultaneamente no Museu de Arte Moderna do Rio e, em São Paulo, na Galeria Raquel Arnaud (Rua Fidalga, 125), onde abre hoje, às 19 h, mostra com 24 peças de diferentes dimensões e materiais – desde o bronze, de uso clássico na escultura, até seda vermelha, com a qual fez seis “desenhos” que lembram bordados renascentistas, usando bastidores de fibra.

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No MAM carioca estão (até 18 de setembro) cinco obras cujas dimensões, segundo Resende, não estabelecem uma relação “acanhada” com a arquitetura do museu carioca. São trabalhos que almejam uma escala pública, acentua o escultor, como o que será instalado na Avenida Beira Mar, no Rio.

Na galeria paulistana, Resende, um dos grandes da escultura ao lado de Waltercio Caldas, mostra trabalhos relacionados ao corpo, em que o bastidor “morde” a seda para esboçar um desenho, bexigas cheias d’água se espremem no gesso para criar novas formas e o mercúrio que espelha é também espelhado, num estimulante diálogo com a pintura.

Trens – Resende vai lidar com outro desafio, desta vez, em escala monumental. A partir de 1º de outubro, o artista participa do projeto Canteiro de Operações, na Mooca, no qual realizará, por um mês, intervenção escultórica a céu aberto com 40 trens abandonados da linha onde funcionava a antiga Estação da Mooca, na capital paulista. Obra em caráter de laboratório, concebida com o filósofo e curador Nelson Brissac Peixoto e com a engenheira Heloisa Maringoni, a ação tem como objetivo promover reflexão sobre uma problemática urbana: o que fazer com a sucata ferroviária da cidade, com seus resíduos? O processo vai ser acompanhado por professores e alunos de arquitetura e engenharia e terá visitação aberta ao público.

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A obra ocorreria entre agosto e setembro, mas foi adiada por conta da entrada de novos parceiros. A empresa Gerdau, conta Brissac, oferecerá máquinas para o corte dos vagões para a ação escultórica – e depois se comprometeu a remover os trens usados, para reciclagem do aço. Já a Imprensa Oficial cedeu impressora para a realização de um jornal semanal, conta Brissac. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.