Dos muitos que tiveram participação expressiva na história das artes plásticas no Paraná, José Peón não só escreveu importante capítulo como foi inigualável em sua especialidade. Pouco se sabe de sua vida antes de sua vinda para o Brasil. Filho de pais humildes, nasceu em Buenos Aires a 5 de março de 1889 e a necessidade o fez trabalhar muito cedo, aos 15 anos descobria seu talento para a arte da gravação.
Embora tenha estudado na Escola de Belas Artes de Buenos Aires, afirmava que tudo que sabia aprendeu na vida prática e com colegas de profissão. Nos anos de 1913/1914 trabalhou nas oficinas da Casa Horta y Cia. de Buenos Aires, onde sua habilidade com o buril já era reconhecida e respeitada.
Desentendimentos familiares o fizeram abandonar a Argentina, desembarcando em Paranaguá a 20 de outubro de 1914. Júlio Moreira relata que ao subir a Serra do Mar, Peón ficou fascinado pela beleza da paisagem, motivo mais que suficiente para decidir se estabelecer em Curitiba.
Segundo a professora Adalice Araújo: ?Além do valor artístico a obra de Peón é importantíssima para a história do Paraná. Suas medalhas e placas comemorativas, distinguem-se pelo equilíbrio e bom gosto da composição. O pinheiro ou a estilização dos seus componentes são uma constante em seus trabalhos. Dentro do objetivismo visual, foi considerado um dos maiores medalhistas do Brasil, podendo ser classificado como um clássico da numismática?.
Foi um dos fundadores da Escola de Música e Belas Artes do Paraná, sendo em 18 de abril de 1948 empossado como professor titular da cadeira de gravura.
No Catálogo de Medalhas do Paraná, publicado pelo Museu Paranaense em 1959, das 500 peças catalogadas, 219 são de sua lavra. Mas a pesquisa em acervos particulares e institucionais nos fazem acreditar que ele tenha cunhado mais de 400 medalhas, isso sem contar outros objetos como medalhões, placas e plaquetas comemorativas e inaugurais.
De 1915 a 1969, quando parou de trabalhar, documentou, nos mais variados metais, não só a vida paranaense, mas também a de outros estados como Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco.
Faleceu a 23 de setembro de 1972. Doente e sem poder trabalhar, seus últimos anos de vida foram muito difíceis, não fosse o amparo de um casal de amigos, teriam sido de extremo sofrimento e solidão.
