O jornalista Guilherme Fiuza lança hoje, em Curitiba, o livro Bussunda – A vida do Casseta (Editora Objetiva). A publicação traz a história pessoal e profissional do humorista Cláudio Besserman Vianna, conhecido no Brasil inteiro por Bussunda, falecido há quatro anos. Ele teve uma trajetória como poucas: saiu de desacreditado até pela própria família para ser uma estrela do humor e da TV brasileira. Bussunda morreu durante uma viagem na Alemanha, onde cobria a Copa do Mundo de 2006 para o programa Casseta e Planeta.

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“Nos últimos quatro anos, tive a sensação que falou-se pouco dele. Até pensei que estava pensando o tempo de falar dele. Mas no que saiu o livro vi que ainda estava latente, que as pessoas pensavam no Bussunda”, comenta Fiuza, que também é autor de outros livros, entre eles Meu nome não é Jhonny, 3.000 dias no bunker e Amazônia, 20º andar. Atualmente Fiuza escreve uma coluna na revista Época.

Chamou atenção dele a vida inusitada de Cláudio Besserman Vianna, que ganhou um apelido ainda jovem, originado de uma junção de sons de um de seus sobrenomes com provocações que recebia quando era criança e adolescente. Surgiu o Bussunda. Um homem com trajetória de morte precoce e que mostrou ao mundo como um crítico do sistema tomou de “assalto”, juntamente com a turma do Casseta e Planeta, a principal emissora de televisão do País. “Eles poderiam ficar um ano, fazer uma série. Mas se tornaram artistas da Globo e inclusive ajudaram a TV em um processo de autocrítica, esculhambando as novelas, o jornalismo. Colocaram a Globo em um espelho ácido”, avalia o autor.

Engana-se quem pensa que Bussunda era uma pessoa extrovertida fora do trabalho. A timidez estava presente em sua personalidade. Todo mundo ficava esperando piadas, tiradas e “caras e bocas” de Bussunda. “Ele foi em uma festa organizada por uma prima para 400 pessoas e era uma meio que a atração da festa. Todo mundo esperava um figurão, mas no fundo era muito tímido. Ele passou a festa inteira calado”, relata Fiuza.

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O humor de Bussunda era companheiro íntimo de uma crítica original, baseada em uma bagagem cultural enorme e que muitas pessoas nem desconfiavam que ele tinha. “Ele tinha essa efervescência cultural grande e isto serviu de base para o sucesso que ele teve”, comenta o jornalista. Bussunda também era aficionado por ciências e adorava programas de música popular.

Mas esta inteligência não garantiu ao humorista uma carreira de sucesso logo no início. Ele não seguia “os trilhos comuns”, como caracteriza Fiuza, para construir uma vida “séria”. E não ajudava em nada a aparência desleixada, uma de suas marcas. “A família não acreditava nele. Considerava um caso perdido. Bussunda não se encaixava em nada, não engrenava em nada”, afirma. Até que veio o convite para escrever para um programa de TV. “O pai virou fã número 1. Guardava todas as reportagens sobre o filho. O pai custou para chamá-lo de Bussunda, um apelido que entrou em casa, mas cedeu”, conta o autor.

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Fiuza vai falar mais sobre o livro e a vida de Bussunda hoje à noite, em um bate-papo e sessão de autógrafos a partir das 19h30 nas Livrarias Curitiba do Shopping Estação. A entrada é franca.