O jornalista, fotógrafo e poeta Rogério Viana abre nesta sexta-feira (18), exposição de haigas – arte que reúne fotografia e haikai ? no hall do segundo andar da Biblioteca Pública do Paraná.  Na mostra "Haijin digital – novos caminhos do haiga" serão apresentados 32 trabalhos, cinco deles premiados em concurso internacional promovido por site japonês especializado em haikais e haigas. A exposição ficará aberta ao público até o próximo dia 30.

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O trabalho de Rogério Viana, que iniciou no haikai em 1992, depois de ler o livro "Vida", de Paulo Leminski, com a biografia de Matsuo Bashô, um dos mestres do haikai, foi percorrido passo a passo. Em 1999, publicou o livro "Trinta Toques", de poesias e haikais e, em 2002 ensaiou os primeiros haigas, onde usava a fotografia como suporte para mostrar seus haikais, na forma de cartões digitais enviados pela internet.

No ano passado, já morando em Curitiba, onde atua com assessoria de imprensa e na elaboração de projetos culturais, Viana passou a se interessar mais diretamente pelos haigas, quando recebeu o incentivo de conhecidos autores de haikais, como a amazonense Rosa Clement e o curitibano José Marins. Depois de se inscrever em fóruns internacionais que tratam o haiga como modalidade de arte dentro da internet, decidiu produzir seus haigas.

Fotos

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De posse de pequena câmara fotográfica digital, começou a registrar imagens do cotidiano da Curitiba de muitos pássaros, flores, árvores, praças e pessoas.

Os registros fotográficos iniciais foram guardados e, aos poucos passaram para a forma de haigas, quando Viana optou por escrever haikais para as imagens que captara. Enviou um deles para seus amigos e, no Amazonas, a escritora Rosa Clement fez a versão para o inglês, condição básica para poder participar do WHA-Haiga Contest, concurso promovido mensalmente pelo site japonês World Haiku Association, editado por Kuniharu Shimizu, um dos mestres do haikai e do haiga no Japão.

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O haiga de Rogério Viana, em novembro de 2005, foi o escolhido e foi traduzido, também, para o japonês, nas palavras de outro reconhecido mestre do haikai, Ban´ya Natsuishi, um estudioso da arte originária no Japão do século XVII.

Internacional

Por falta de espaço para mostrar seus trabalhos no Brasil, Viana passou a enviar as obras, com maior freqüência e quantidade, para sites internacionais. Alguns autores de haigas começaram a comentar sua produção nos Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Itália, Filipinas, Austrália, Eslovênia e Japão, passaram a comentar, dentro de um fórum especializado em haigas.

A dificuldade da língua – o inglês é obrigatório neste fórum – foi enorme e, aos poucos, Viana foi ganhando a atenção de autores daqueles países que começaram a fazer versões para o inglês, esloveno, italiano e filipino.

Nos três meses seguintes, os trabalhos de Rogério Viana foram incluídos entre os melhores de todo o mundo pelo WHA-Haiga Contest, com versões para o inglês por Soji (EUA) e Ashe Woods (Inglaterra). As versões para outras línguas foram feitas por Jerry Dreesen (EUA), Alenka Zorman (Eslovênia), Moussia (Itália) e Victor Gendrano (Filipinas).

Serviço:
Exposição ?Haijin digital ? os novos caminhos do haiga
Data: 18 a 30 de agosto
Local: Hall do segundo andar da Biblioteca Pública do Paraná ? Rua Cândido Lopes, 133