Se em 2008 todas as atenções se voltaram para o Capitão Nascimento de Tropa de Elite, este ano o Grande Prêmio Vivo do Cinema Brasileiro, organizado pela Academia Brasileira de Cinema, ficou dividido entre um traficante de classe média e um rapaz simples com incríveis dotes culinários: Meu Nome Não É Johnny venceu em seis categorias e Estômago, em cinco.
Enquanto o blockbuster de Mauro Lima levou os troféus Grande Otelo de ator (Selton Mello), atriz coadjuvante (Julia Lemmertz), roteiro adaptado, trilha sonora original, som e montagem, o modesto Estômago venceu o de melhor filme pelo voto popular (pela internet e mensagem de celular) e pela escolha do júri, diretor (Marcos Jorge), ator coadjuvante (Babu Santana) e roteiro original. Ambos já colecionam prêmios no Brasil e no exterior.
Leandra Leal ganhou na categoria melhor atriz, por Nome Próprio; Ensaio Sobre a Cegueira ficou com quatro dos chamados prêmios técnicos, direção de fotografia, direção de arte, efeitos visuais e maquiagem. O Mistério do Samba, de Lula Buarque e Carolina Jabor, que tem entre seus produtores Marisa Monte, foi premiado como melhor documentário e melhor montagem de documentário.
O cineasta Nelson Pereira dos Santos foi homenageado pelos colegas, por seus 44 anos de carreira. A cerimônia ainda lembrou o centenário de Carmen Miranda (e sua contribuição para o cinema nacional nos anos 30) e os 50 anos da morte de Villa-Lobos (o primeiro compositor a criar uma trilha sonora original para um filme brasileiro), além de premiar o esforço da Laborcine, laboratório carioca que restaurou toda a obra de Nelson.
As escolhas foram feitas por produtores, cineastas e atores, num total de cerca de 300 membros da Academia, presidida pelo diretor Roberto Farias. A cerimônia foi realizada na casa de espetáculos Vivo Rio, e teve como apresentadores Daniel Filho e Marília Pêra.
Confira os destaques da premiação:
Melhor Filme (Júri e Voto Popular): Estômago;
Melhor Ator: Selton Mello (Meu Nome não É Johnny);
Melhor Atriz: Leandra Leal (Nome Próprio);
Melhor Ator Coadjuvante: Babu Santana (Estômago);
Melhor Atriz Coadjuvante: Julia Lemmertz (Meu Nome não É Johnny);
Melhor Diretor: Marcos Jorge (Estômago);
Melhor Documentário: O Mistério do Samba;
Melhor Fotografia: Cesar Charlone (Ensaio Sobre a Cegueira);
Melhor Direção de Arte: Tulé Peake (Ensaio Sobre a Cegueira);
Melhor Trilha Sonora: Wagner Tiso (Os Desafinados);
Melhor Roteiro Adaptado: Mariza Leão e Mauro Lima (Meu Nome não É Johnny);
Melhor Roteiro Original: Estômago;
Melhor Figurino: André Simonetti (Chega de Saudade);
Melhor Longa Estrangeiro: Vicky Cristina Barcelona.