O escritor e jornalista Joel Silveira morreu ontem, aos 88 anos, no Rio de Janeiro. Ele estava em casa e sofria de câncer de próstata. Silveira estava doente há muitos anos.
Nas últimas semanas, apresentou uma anemia profunda, piorando o quadro. Segundo sua filha, Elisabeth Silveira, 61, ele morreu dormindo, às 8h.
?Ele tinha um tumor há muitos anos e não quis fazer nenhum tratamento?, afirma ela. ?Mas morreu em paz, como merecia.?
A pedido do jornalista, não haverá velório. A cerimônia de cremação ocorrerá hoje, no crematório da Santa Casa de Misericórdia. A despedida será iniciada às 14h. Silveira deixa três filhos.
Joel tinha mais de 60 anos de carreira no jornalismo. Nascido em 1918 na cidade de Lagarto (SE), começou a trabalhar em um jornal local. Mudou-se para o Rio de Janeiro aos 19 anos e trabalhou em grandes publicações, como O Cruzeiro, Diretrizes, Última Hora, O Estado de S. Paulo, Correio da Manhã e revista Manchete.
Ele foi repórter especial, correspondente de guerra e lançou mais de 40 livros. Devido a seu estilo, o jornalista ganhou de Assis Chateaubriand o apelido de ?a víbora??. Ficaram famosas duas grandes reportagens sobre a sociedade paulistana, Eram assim os grã-finos em São Paulo e A milésima segunda noite da Avenida Paulista.
Um dos maiores destaques de sua carreira foi a cobertura que realizou da Segunda Guerra Mundial na Itália, junto à FEB (Força Expedicionária Brasileira), como correspondente dos Diários Associados.
Em maio deste ano, Silveira foi homenageado pela Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) no segundo congresso internacional organizado pela entidade. Ele também ganhou prêmios como Líbero Badaró, Esso e Jabuti.