Das milhares de câmaras digitais portáteis ou dos celulares surgem imagens rápidas, muitas vezes descartáveis, que registram uma mudança no comportamento e na forma de olhar, estabelecendo um novo imaginário sobre o mundo. São nas telas desses pequenos aparatos, fascinantemente tecnológicos, que a maioria da população enxerga o mundo, esquecendo muitas vezes que ele está ali, bem na sua frente. Essa nova realidade e outras questões estão presentes na primeira exposição de fotografias da Casa do Barão, do paranaense João Urban.
Déjà vu – Exteriores reúne imagens realizadas ao longo da carreira de trinta anos desse fotógrafo curitibano, que divide seu tempo entre a fotografia publicitária e a fotografia documental. Mais conhecido por seu trabalho com os poloneses e com os bóias-frias, acumula também em seu repertório outros temas, como a tradição dos Tropeiros, o sincretismo religioso em seu livro Aparecidas e uma série de crônicas do cotidiano, registradas em viagens a outras terras.
Esse olhar mais descontraído, mas não por isso menos crítico, pode ser observado nas imagens que falam desses exteriores e do Déjà vu, aquela sensação decorrente da impressão de já ter visto ou experimentado algo antes, que aparentemente está para ser experimentado pela primeira vez.
É nessa viagem que João Urban nos leva com suas imagens; mais que isso, suas fotografias, como tão bem define a crítica e Jornalista Simonetta Persichetti, no prefácio do livro João Urban -Coleção Senac de Fotografia – Volume 8, a ser lançado na Casa do Barão, juntamente com a exposição; ?não são imagens dadas, são construções buscadas, rebuscadas, construídas por um olhar atento que sabe muito bem o que procura, sem deixar de se delimitar por uma idéia?.