João Miguel começou no teatro, mas foi no cinema que consolidou sua carreira como ator, tendo participado de 21 filmes. Ainda um rosto pouco conhecido na tevê, afirma que está sempre em busca de bons papéis, caso do policial Jorge Macedo, seu novo trabalho como protagonista da série policial A Teia, que estreou ontem. A série fica em cartaz na Globo por mais nove semanas (ao todo, são dez episódios, que vão ao ar sempre às terças-feiras, depois de Big Brother Brasil), mas, se depender do ator e de seus colegas, a segunda temporada já está certa.
Como você vê esse personagem?
Foi um prazer enorme. É um personagem, acima de qualquer coisa, brasileiro. Acho que o Macedo é um herói do dia a dia. É um cara discreto, que faz o trabalho dele. É um personagem incorruptível, o que acho genial. É um nordestino que não é caricato, o que é genial também. É um cidadão que dialoga com um universo muito forte no Brasil, que é o da corrupção, da bandidagem. Está intrínseco na nossa história e é inspirado em fatos reais. Ele não comete a violência, mas vive por um triz. Acho que o telespectador vai se identificar com isso.
O delegado que você interpreta existe de verdade. Você o conheceu?
Sim, mas minha composição foi além da pessoa. Componho um personagem já ligado ao roteiro da Carol (Kotscho) e do Bráulio (Mantovani), mas foi fundamental perceber a lógica do delegado Antônio nas suas investigações. Isso me fez criar um investigador brasileiro, que compõe essa teia por uma lógica própria.
Chegou a acompanhar alguma investigação?
Não. Só discutimos, conversamos. E, como o roteiro é inspirado, a conversa me fez visualizar e construir uma base bastante sólida para fazer o personagem.
Você dispensou o dublê em algumas cenas…
A principal foi a cena do caminhão, foi a mais arriscada. Não deu medo, mas não deixamos de ter cuidado porque era uma sequência arriscada. Acho que, em uma série de ação, o personagem é envolvido com isso. Jorge Macedo sempre vai a campo. Esse dado me fez encarar a cena de uma maneira importante. Era o momento em que ele quase pega o bandido. Pedi para fazer porque achava possível. E foi porque estava muito concentrado no personagem.
E como é viver seu primeiro protagonista na tevê?
É uma honra. Acredito que, das experiências que tenho no cinema, o protagonista, de alguma maneira, dá uma espécie de tom para o projeto. É uma responsabilidade. Ao mesmo tempo, é um tesão enorme poder entender, nas curvas, os desenhos do personagem, seus picos dramáticos, o colorido dele como um todo. Gosto muito, como também gosto de fazer pontas, personagens coadjuvantes. Cada um tem o seu tamanho e o seu valor. Nesse caso de A Teia, como a série é muito finc ada tanto no drama do protagonista quanto do antagonista, e esses dois se cruzam, é muito interessante perceber que isso vai ser impresso no decorrer dela. É uma excelente responsabilidade.