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O maior sucesso do cantor
é o "Bicho do Paraná".

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?Eu não sou gato de Ipanema, sou Bicho do Paraná?. Foi com esta frase dita em 1979, no Rio de Janeiro, que o cantor João Lopes deu origem a um dos ?hinos? do Estado e compôs sua música de maior sucesso. Após nove anos sem gravar um trabalho, o ?Bicho do Paraná? lança seu primeiro CD oficial, intitulado João Lopes, Bicho do Paraná Acústico. Além de reunir os grandes sucessos de João Lopes, como Bicho do Paraná, O homem e a Natureza e Caboclo, também reúne canções novas, como Falar de amor e Morar na roça. Também há regravações impecáveis dos clássicos Verdura (Paulo Leminski), Cheiro do mato (Blindagem) e Blowing in the wind (Bob Dylan).

Para divulgar o trabalho, João Lopes realiza hoje um show especial com sucessos da carreira, canções inéditas e regravações. Em entrevista concedida para O Estado, João falou sobre sua carreira e a expectativa para o show do novo CD, enquanto calmamente afinava seu violão.

A trajetória de volta às apresentações teve início em dezembro de 2002. Na ocasião, o músico recebeu um convite da gravadora paranaense Villa Biguá Artes para o lançamento de um novo trabalho. Produzido e arranjado por Mário Conde, este CD busca resgatar a música de veia do artista. O mesmo João de vinte anos atrás, com influência interiorana, rock?n roll e do blues. ?Comecei escutando a música da minha região, do norte do Paraná, então escutei Roberto Carlos, os Beatles e por ai foi?, contou o artista.

João Lopes encarou o palco pela primeira vez em 1979, a convite de Ivo Rodrigues (Blindagem), outra figura conhecida do cenário musical do Paraná, que na época cantava na já extinta banda ?A Chave?. Segundo João, nesse encontro ele cantou duas músicas e pouco tempo depois estava tocando em diversos lugares em Curitiba e no resto do País. ?Fiz turnê com Renato Teixeira, Almir Sater, Luís Melodia, este último sempre me cobrava para expandir o trabalho?, contou.

Casos

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A carreira do João foi marcada de momentos marcantes e hilários como em 1998: ?Pouco tempo atrás estava fazendo um show e, quando terminei, um fã subiu no palco querendo tocar violão, mas as luzes já estavam apagadas. O show havia encerrado. Quando fui me dar conta percebi que o rapaz havia levado meu violão. Depois soube que o garoto era filho do prefeito?, contou, se perguntado que tipo de direito o filho de quem quer que fosse tinha de levar seu instrumento de trabalho. ?No final das contas, a irmã do garoto devolveu o violão?, ressaltou. Numa outra ocasião, João Lopes foi cantar em um comício e quem o chamava no microfone era um velhinho que o anunciara por duas vezes como ?João Lemos?. ?O organizador chamou a atenção daquele senhor falando que era ?Lopes?. Na terceira vez que foi me chamar, o senhor novamente não lembrava meu sobrenome… (pode isso?), ele me olhou como quem pede ajuda para se lembrar e não pude evitar, disse baixinho, é João ?Lemos?. Então o velhinho anunciou confiante e cheio de vontade: João Lemos! O organizador não sabia se ficava mais bravo com um ou o outro?, contou ?João Lopes?.

Homenagem

?A música só não alcança onde o artista não a levar?, opina João Lopes. Segundo ele, a dificuldade existe para todos, principalmente no meio artístico. Como João esteve na redação de O Estado dia 7 do abril, ?dia do jornalista?, não deixou passar a data e falicitou toda uma redação empenhada em apurar as principais notícias que saíram na edição de ontem, com o hino extra-oficial do Estado, Bicho do Paraná. Eram por volta das 15h e durante aqueles cinco minutos de voz forte e pura que marcaram a tarde no jornal, dedilhando seu violão, João demonstrou, caminhando ao redor dos jornalistas, todo o carisma que um artista de talento natural possui, parabenizando a classe pelo seu dia.

Serviço: Show de lançamento do CD João Lopes, Bicho do Paraná Acústico, do cantor e compositor João Lopes, no Teatro da Reitoria (Rua XV de Novembro, 1.299 – Centro). Início 21h. Ingressos a R$ 20. Informações pelo telefone (41) 360-5066.

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