Música

Jimmy Page relembra concertos do Led Zeppelin

No lendário estúdio Olympic em Londres, onde foram gravados alguns dos clássicos da banda, como Whole Lotta Love, encontramos Jimmy Page, guitarrista e produtor do Led Zeppelin. Hoje, aos 70 anos e em excelente forma, ele explica em uma audição do novo material na capital inglesa, ter ficado surpreso ao relembrar exatamente como a maioria das gravações aconteceu, durante sua pesquisa no baú da banda.

O programa de relançamento, coordenado por Page, não tem participação de Robert Plant, e inclui a abertura do cofre pessoal de Page para lançar dezenas de faixas de estúdio e concertos ao vivo. Cada álbum vem acompanhado de um segundo disco, contendo versões alternativas das faixas do mesmo disco – um presente para os fãs. O disco bônus do primeiro álbum, Led Zeppelin I, é o famoso concerto em Paris, no Teatro Olympia, em 1969.

“Não havia material de sobra daquele trabalho. Usamos tudo na época e, por isso, resolvi incluir todas as versões daquele show. Nós estávamos pegando fogo naquela apresentação”, disse Page ao jornal O Estado de S.Paulo. Os três álbuns entraram novamente para o Top 10 na primeira semana de lançamento nos EUA.

Ele conta que as diferentes versões de músicas do Led Zeppelin estavam em fitas quarter-inch, com exceção do concerto do Teatro de Olympia em Paris (1969). “Para achar a versão alternativa de Whole Lotta Love por exemplo, revirei tudo que tivesse o nome da música nos rótulos e verifiquei todas as fitas. Tentei fazer isso em ordem cronológica e confesso que fiquei aliviado ao me lembrar da maioria do material de que eu participei”, disse.

Questionado sobre onde está esse baú do Led Zeppelin, Page contou que tem um arquivo pessoal. “Como produtor da banda, levava algumas fitas para casa após as gravações. Nessa coleção pessoal, há diferentes versões de conhecidas músicas da banda e algumas são fantásticas”.

Ao fazer essa busca pelo passado, contou que a maioria das surpresas foi agradável. “Não lembrava da existência da faixa Trouble in Mind, por exemplo (Led Zeppelin III), pois estava em somente uma fita. O que eu recordava era só do Robert (Plant) cantando com o amplificador e vibrato. Quando achei a fita, fiquei maravilhado. Havia também várias caixas sem rótulo e em algumas estava escrito mixagem em progresso, mas, graças a Deus, tudo em ótimo estado. Eram miragens cruas que captavam a energia do momento. Cada música do Led Zeppelin tem a própria energia e essas versões mostram bem isso”.

Sobre o motivo de ter decidido lançar estas faixas somente agora, ele conta que “poderíamos ter lançado antes, mas este é um bom momento. É para aqueles que escutavam Led Zeppelin e entendiam. Esse material é como um portal para o mundo da gravação. Você pode ouvir e sentir a paixão e a energia crua, viva, que estava lá. A banda é admirada pela nova geração também, por guitarristas e bateristas, desde que terminamos, em 1980”.

Durante a entrevista, aproveitou para contar que neste processo, não se arrependeu de não ter lançado algumas dessas músicas naquela época. “Não, porque essas versões são alternativas. É claro que quando você ouve Since I’ve Been Loving You, por exemplo, percebe que é uma versão muito boa, mas, certamente, aquela que você conhece é muito mais bem acabada. Havia várias versões dela. Será interessante saber, quando todas estas versões alternativas forem lançadas, do que as pessoas vão gostar mais: das originais ou das versões alternativas”.

Jimmy Page disse também ter consciência das versões bootlegs da banda disponíveis livremente na internet. “Infelizmente, há muitos bootlegs de materiais feitos em estúdio. Não sei como eles conseguiram. Mas sei que o material que eu tinha é diferente do que está disponível na internet. Fiz o meu dever de casa e analisei se o que está na web é parecido com o que eu tinha guardado. A maioria não é, e com certeza, a qualidade do meu material é muito melhor.

Sobre o processo de remasterização, conto que “originalmente, nós gravávamos para LPs. A qualidade daquelas antigas gravações foi específica para o vinil. Vinte anos atrás, nós remasterizados tudo para CDs. Entretanto, hoje, são tantas as maneiras de ouvir música, que é preciso repensar como uma canção será ouvida. O formato parece mudar a cada cinco anos. Remasterizamos tudo para os novos formatos digitais e pensamos até naqueles que virão por aí”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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