Jazz Festival traz a Curitiba atrações internacionais

Depois da banda paranaense Soulution Orchestra e da mineira All Stars Jazz Band abrirem no dia 14 o Jazz Festival, que acontece pela primeira vez em Curitiba, será a vez das atrações internacionais subirem ao palco do Teatro Regina Vogue. No dia 15, a banda argentina Antigua e o quarteto norte-americano The Perfect Gentlemen mostram seu trabalho ao público curitibano. No encerramento, dia 16, as atrações são a pianista indicada ao Grammy Judy Carmichael e o grupo inglês The Ray Gelato Giants, uma das mais renomadas bandas de jazz da Europa.

Fundada há 38 anos, a Antigua Jazz Band se dedica à interpretação do jazz negro tradicional, recriando obras de Joe ?King? Oliver, Louis Armstrong, Jelly Roll Morton e Duke Ellington. Na estréia da banda, em recital no Cine Arte, em Buenos Aires, reunia músicos oriundos da Guardia Vieja Jazz Band, criada em 1948. Depois da estréia, a Antigua passou a fazer parte da programação fixa da Botica del Ángel, uma das casas noturnas mais prestigiadas na Buenos Aires nos anos 60.

A formação do grupo, que tem 11 discos gravados, permite que os músicos se apresentem em solos, duos, trios, pequenos conjuntos e com a orquestra propriamente dita. Além disso, segundo a exigência de cada música, o grupo utiliza muitas vezes instrumentos não usuais na música convencional, mas fundamentais no jazz, como blue blowing, kazoo, washboard, washtub-bass e banjo ? sempre com explicações à platéia antecedendo a apresentação desses instrumentos.

Além da Antigua, a atração do dia 15 no Jazz Festival é o quarteto The Perfect Geltlemen. Desde 1998, Phil Gold, Dan Jordan, Tim Reeder e Jim Campbell divertem platéias, com seus arranjos vocais que conjugam harmonia e bom humor. Ao mesmo tempo em que mantém a tradição do vaudeville, o grupo apresenta um bem cuidado repertório, abarcando diferentes estilos musicais.

Em nove anos de carreira, o quarteto já emprestou suas vozes para o desenho Os Simpsons, apareceu nos seriados Plantão Médico, Gilmore Girls, That 70s Show e Blossom e já cantou junto com Neil Diamond, Rockapella, Johnny Carson, Bill Cosby, entre outros. A voz principal do grupo é do tenor Phil Gold, que começou a cantar profissionalmente em 1987, passando por apresentações na Casa Branca, em cruzeiros marítimos, temporadas na Los Angeles Opera, solos no conjunto de Ray Connif e participações em musicais como Oklahoma, The Mikado, The Music Man, My Fair Lady e Forever Plaid.

A pianista americana Judy Carmichael, atração no encerramento do Jazz Festival, é considerada a rainha do stride, estilo de tocar piano criado no bairro do Harlem, nas décadas de 20 e 30, e popularizado por James P. Johnson e Fats Waller. Além de uma das maiores representantes do swing da atualidade, a pianista californiana é uma estudiosa do jazz.

Ela já viajou pelos Estados Unidos, ensinando estudantes de música sobre a história e a evolução do jazz. Além disso, apresenta um programa de rádio chamado ?Judy Carmichael’s Jazz Inspired?, no qual artistas falam sobre a influência do jazz em seus processos criativos.

A pianista, que mora em Nova Iorque desde o início dos anos 80, já se apresentou em países como Índia e Singapura e em 1992 tornou-se a primeira artista de jazz a ser patrocinada pelo governo americano para se apresentar na China. Indicada ao Grammy pelo disco ?Two Handed Stride? e dona de um estilo que os críticos definem com ?cúmplice e suave?, Judy funde vários estilos e épocas do jazz em suas músicas, tornando suas apresentações profundas e completas. A pianista já escreveu dois livros e contribui com artigos para publicações especializadas em jazz, estando sempre presente na lista das grandes personalidades norte-americanas ? feito raro para um músico desse estilo musical.

Ano passado, esteve no Jazz Gerais e no Jazz Brasília, em duo de piano e saxofone. Desta vez, vem com uma banda, da qual faz parte o trompetista Randy Sandke ? que já tocou com artistas como Benny Goodman, Rosemary Clooney, Mel Torme, John Pizzarelli e Art Garfunkel.

A outra atração do dia, Ray Gelato, cresceu ouvindo os discos de Frank Sinatra e Sammy Davis Jr., colecionados pelo pai na década de 50. Em seguida, conheceu o Rock?n Roll e o rhythm´n´blues em clubes para adolescentes, onde também conheceu o som de Louis Jordan e Louis Prima. Essas se tornariam influências para ele na carreira iniciada em 1980, como sax tenor na The Dynamite Band.

Dois anos depois, passou a integrar a The Chevalier Brothers. Depois de ganhar um concurso de talentos no Camden Palace, em Londres, a banda se tornou "queridinha? na cena londrina e deu início a um interesse geral pela música swingada dos anos 40 e 50. O quarteto fez turnês e apresentações em programas de tevê no Reino Unido, Europa e Japão, além de lançar três álbuns e vários singles, antes de se desfazer em 1988.

No mesmo ano, o saxofonista formou a Ray Gelato and the Giants of Jive, que se tornou o protótipo da fórmula vitoriosa que ele usa até hoje. A banda fez shows no Carnegie Hall, Nice Jazz Festival, Lugano Jazz Festival, além de turnês por Reino Unido e Europa, gravando três CDs, até ser desfeita em 1994. Nesse mesmo ano, foi formada a The Ray Gelato Giants, com a qual já se apresentou no Umbria Jazz Festival, na Itália, no Festival de Jazz de Montreal, no Canadá, no San Sebastian Jazz Festival, na Espanha, além de ter feito turnês pelos Estados Unidos e Europa.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo