No imaginário brasileiro, mais que o filho de Jair Rodrigues, ele será sempre o simpático garoto que dividia com Simony a liderança da Turma do Balão Mágico, grupo infantil que fez grande sucesso no começo da década de 80. Naqueles tempos, chegou a vender 10 milhões de discos com os companheiros de Balão. Mas Jairzinho cresceu, virou produtor-arranjador-compositor respeitado, abandonou o diminutivo e chega hoje a Curitiba como Jair Oliveira, para mostrar 3.1, o terceiro CD pela gravadora Trama.
No show, Jair apresenta canções dos primeiros discos, Dis?Ritmia e Outro, ao lado de composições do novo álbum, como Sozinho Sem Solidão, sobre poema de Arnaldo Antunes; Pacote Pacato, uma parceria com Tom Zé, e Negra Sedutora, tradução que fez sobre obra de Andres Soto. Moreno Veloso, outro filho de pai famoso, elogia: “Ele sabe mesmo como fazer de um computador um recado bem dado, como deixar o seu violão de nylon sem as agruras do metal ou como introduzir um baixo acústico para arredondar a excelente companhia do violão de aço. Eu admiro a destreza com que Jairzinho me fez sentir em casa. Junto com todos os bons sons que sua mão de produtor trouxe, vem a batuta do arranjador delicado que faz dos vazios gostosas sensações”.
Agora, depois de construir uma sólida reputação nos bastidores, Jairzinho parece disposto a se mostrar melhor como intérprete – arte que o pai, Jair Rodrigues, domina. “Nos dois primeiros discos eu me preocupei em me mostrar como compositor, pensava assim artisticamente. Foi bom naquele momento, para que as pessoas percebessem que a música vai muito além da interpretação. Mas agora eu quis assumir um pouco desse lado dos compositores-cantores, como Chico Buarque, Djavan, João Bosco. E acabei saindo um pouco do esconderijo.” E a receptividade? “A reação tem sido muito boa, felizmente.”
Para Curitiba, que encerra uma miniturnê promocional pela Região Sul, Jair Oliveira vem com uma formação mais acústica, com baixo, vibrafone e percussão, e ainda podem pintar algumas releituras, como Simples Desejo (da irmã Luciana Mello), Voz no Ouvido (Pedro Mariano), Maracatu Atômico (Jorge Mautner). “A gente sempre faz alguma coisa, mas não viajamos com um roteiro fixo. Sou da escola do Jair Rodrigues… Mas também tem muita coisa minha, e às vezes o show acaba ficando pequeno.”
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Hoje às 22h30 no Cine Música Bar (Av. João Gualberto, 81). Abertura com a banda 16 Toneladas Soul Combo (versão autoral da Maggie Poo). Ingressos a 10 reais.
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