São Paulo – O cartum, aquele trabalho que retrata os costumes da época, está condenado à extinção. É o que teme Jaguar, um dos fundadores do Pasquim, além de ser um dos papas do gênero no Brasil. ?Hoje em dia, as pessoas estão mais interessadas em histórias em quadrinhos e deixando o cartum de lado?, comenta ele, que posicionado na frente da batalha participa hoje de um debate sobre o mercado de humor no Brasil, em São Paulo. Além da conversa, que vai tratar também das inovações do gênero (humor comportamental e político) e das diferenças entre charge, cartum e caricatura, Jaguar participa do lançamento de uma série de obras que têm a sua coordenação – desde o ano passado, ele é o editor de humor da editora Desiderata, retomando uma função da qual estava afastado desde a extinção da Codecri.
Assim, ao seu lado, estarão Gustal (que vai lançar Dicionário dos Sexos) e Allan Sieber (Assim Rasteja a Humanidade). A fornada se completa com Ministério de Perguntas Cretinas, de Millôr Fernandes; com a ironia em dose dupla de Nani (Humor de Bar e Humor 100% Sexual); e, finalmente, com o relançamento de Um Riso em Decúbito, livro de 1961 que reúne as melhores frases de Dom Rossé Cavaca.
Segundo Jaguar, há dois tipos de cartunistas: os politicamente corretos e os muito pelo contrário. ?Os politicamente incorretos – se forem eticamente escrachados, melhor ainda – são os meus preferidos?, escreve.