Um suspense rodado em três semanas no interior do Rio com uma equipe enxuta, elenco com nomes de prestígio e apostando em um gênero pouco comum no cinema brasileiro. Uma comédia rodada em 25 dias no interior do Espírito Santo com uma equipe também enxuta, elenco famoso e de olho em um público que em geral encontra poucas atrações nacionais, o adolescente.
Assim são, respectivamente, “Isolados”, de Tomás Portella, e “Lascados”, de Vitor Mafra, os dois filmes brasileiros que estreiam nesta quinta-feira, 18.
“Isolados” é um suspense estrelado por Bruno Gagliasso (também coprodutor do longa) e Regiane Alves, com participação especial de José Wilker (no papel de um médico, seu último no cinema), que, em meio a uma viagem para uma casa de campo isolada, veem-se diante da ameaça de um serial killer. Já “Lascados” é uma comédia sobre três jovens amigos que, em pleno carnaval, embarcam em uma viagem pelo Brasil a bordo de uma velha Kombi. Estrelado por Chay Suede, Paloma Bernardi, José Trassi e Paulo Vilela, o longa tem participação especial de Guilherme Fontes.
Se as duas produções miram em gêneros e públicos diferentes, um fator decisivo aproxima os filmes e os insere em um time muito especial: o da produção independente. Tanto “Isolados” quanto “Lascados” foram produzidos sem o aporte de verba de incentivo fiscal ou vinda de fundos públicos, em um modelo de negócios raro no atual cinema nacional.
A receita para fazer o projeto sair do forno nos dois casos foi um roteiro bem trabalhado, equipes enxutas e plano de filmagem milimetricamente calculado, parcerias com o elenco e equipe, além de financiamento próprio, com busca de investidores diretos, dispostos a aplicar o chamado ‘dinheiro bom’ (sem isenção fiscal) em um projeto com potencial de retorno comercial. “Seria ótimo ter verba pública, mas este processo em geral leva três anos, entre aprovação nas leis de incentivo, procura de patrocinadores e filmagem. Nosso roteiro pedia um modelo mais ágil”, comenta Marcelo Braga, produtor de “Lascados”, da Santa Rita Filmes.
Angelo Salvetti, produtor de “Isolados”, ao lado de Cosimo Valerio, da Media Bridge, também viu em um modelo ágil a chance de realizar o filme. “É um suspense, produção incomum no Brasil. Temos experiência em tecnologia e queríamos investir em cinema. Este projeto era perfeito”, diz Salvetti. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.