Como boa mineira, nascida em Belo Horizonte, Isis Valverde prefere “comer quieta”. Em seu primeiro papel na TV, na novela Sinhá moça, ela nem mostrava a cara: sua personagem, Ana do Véu, passou quase toda a história com um pano na cabeça.
Mas não foi suficiente para abafar a beleza e o talento da atriz, de 23 anos, que logo teve destaque como a espevitada Rakelli, de Beleza pura, e ganhou o horário nobre com a Camila, de Caminho das Índias. Comendo pelas beiradas, Isis agora vai protagonizar o remake de Ti-ti-ti, próxima trama das 19h da Globo.
Na pele de Marcela, a atriz resgata sua brejeirice mineira. “A Marcela é nua e humana e, por ser assim, é a personagem mais difícil que já tive, exige uma diferença de uma cena para a outra. Ela é como música, entra em tons baixos e tristes e vai para tons agudos e alegres, mas continua sendo gostosa de estudar”, filosofa.
Para mergulhar na personagem, a atriz deu uma de autora. “Bolei algumas histórias. Ela perdeu os pais aos cinco anos e foi criada pela avó”, revela Isis, com lágrimas nos olhos ao se lembrar da própria avó, Maria Nilce, já morta. “Ela era minha segunda mãe, era a matriarca, unia todos. Parece que a família desmoronou depois que ela morreu”, relembra.
No remake escrito por Maria Adelaide Amaral, que une as histórias das novelas Tititi e Plumas e paetês, Marcela viverá um dilema. Apaixonada por Renato (Guilherme Winter), ela termina o namoro no dia em que conta a ele que está grávida. Irritada, inventa que se enganou sobre a gravidez.
Dias depois, viaja com Osmar (Gustavo Leão) – gay que esconde a homossexualidade da família –, namorado de Julinho (André Arteche), seu melhor amigo. No trajeto, eles sofrem um acidente e ele morre. Para manter a farsa, Marcela afirma aos parentes dele que está esperando um filho do jovem.