Inteligência artificial intriga cientistas em ‘O Teste de Turing’

No panteão dos cientistas contemporâneos, o britânico Stephen Hawking é um dos que já alertaram que o desenvolvimento de máquinas pensantes pode destruir a raça humana. O principal motivo é que esses sistemas poderiam se reprojetar em ritmo frequente. Diferentemente de nós, os seres humanos, dada a evolução biológica lenta. Isso não quer dizer que somos inferiores.

O cérebro humano é uma estrutura fascinante e, atualmente, é capaz de desbancar qualquer grande computador. Será? Esse é um dos questionamentos de O Teste de Turing, que estreia nesta sexta-feira, 15, no Centro Cultural São Paulo.

O texto de Paulo Santoro recupera parte do legado do cientista britânico Alan Turing (1912-1954), responsável, entre outras coisas, por criar a Bombe, uma máquina capaz de desvendar as mensagens criptografadas da frota naval alemã, durante a Segunda Guerra Mundial. Na peça, o foco é no chamado Teste de Turing, um tratado sobre o desenvolvimento do conceito da inteligência exibida em mecanismos ou softwares. “Ele queria tentar provar que uma máquina poderia manifestar pensamentos similares ao do ser humano”, conta o dramaturgo.

No espetáculo dirigido por Eric Lenate, o esquema do teste é reproduzido no palco: três cientistas são convidados a testar uma máquina desenvolvida por uma empresa de tecnologia. Os atores estão fora do palco e conectados por meio de câmeras. Suas imagens são projetadas em um telão, enquanto conversam com Gabriela (Maria Manoella), uma suposta funcionária da empresa. Os cientistas vão dialogar com a máquina e entre si para concluir, pelas respostas dadas, quem é humano e o que é máquina. “Existe um clima de vigilância”, afirma também o diretor. “Eles também estão sendo avaliados.”

Antes do procedimento começar, um dos cientistas desafia os colegas: “E se nós afirmássemos para a máquina que aquele homem é um touro?”, diz ao sugerir a comparação da força de um sujeito com o vigor físico do animal. “Ela seria capaz de compreender metáforas e comparações?”, questionam. A conversa envereda para uma livre divagação pelas ciências exatas, humanas e da comunicação. O trio está cético e julga que a máquina não estará qualificada para tal demanda.

Se no poema de Fernando Pessoa, “o poeta é um fingidor…”, quem sabe, fingir também não faça do computador um poeta?

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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