Para marcar os 40 anos da morte de William Faulkner (1897-1962), a Editora José Olympio presenteia seus leitores com Esquetes de Nova Orleans. Inédito no Brasil, o livro reúne 17 narrativas, escritas em 1925, período em que o autor, então com 27 anos, morou em Nova Orleans.
Foram histórias recuperadas por Carvel Collins, um dos mais importantes críticos da obra de Faulkner, de um exemplar da revista literária The Double Dealer e dos arquivos do jornal Times-Picayune. Com esses textos, Faulkner planta a semente de seu enorme talento ficcional, já que anteriormente dedicava-se somente à poesia. Começa a nascer assim um dos mais originais escritores da literatura norte-americana, revelando em sua prosa uma força temática visceral e influenciando várias gerações de autores. Era o início da carreira do genial ficcionista William Faulkner, consagrado 25 anos depois com o Nobel de Literatura.
As 17 narrativas estão divididas em dois grupos: vinhetas que descrevem tipos mundanos de uma Nova Orleans movimentada e os contos mais longos que ora se ambientam em cenários urbanos utilizando jóqueis e marujos, vigaristas e arruaceiros como seus personagens, ora recuam para a zona rural, prefixando os limites do mundo faulkneriano. Temas e personagens das vinhetas são, às vezes, retomados nos contos; assim como, mais tarde, ele retomará, nos romances, alguns temas para dar-lhes um tratamento mais amplo.
Seu mundo
William Harrison Faulkner sempre soube que construía um mundo, um mundo bem a seu modo, suas tramas têm raízes no presente, em que todos podemos juntar em recordações e desejos. Pois ele próprio disse: “Vocês sabem que o presente começou 10 mil anos atrás, mas o passado começou há um minuto”.
Ele nasceu em 25 de setembro de 1897, em Nova Albany (Mississippi-EUA). Aos cinco anos, sua família passou a residir em Oxford. Escreveu seus primeiros poemas com 23 anos e em 1925, publicou os primeiros contos em Nova Orleans. Seu primeiro romance Mosquitoes foi publicado em 1927. Em 1929 casa-se e publica O Som e a Fúria, romance considerado sua obra-prima. Escreveu vários roteiros para o cinema e publicou 21 livros.
Foi laureado com o Prêmio Nobel de Literatura em 1950. Esteve visitando o Brasil em 1954 e faleceu, em conseqüência de um edema pulmonar, em 6 de julho de 1962.