Uma lei polêmica criada por deputados da Califórnia sacode os pilares da indústria de filmes pornôs americana. Los Angeles votou na terça-feira (10) um projeto que exige que os atores pornôs utilizem preservativos nas filmagens. O recado é claro: a indústria pornográfica tem que dar bom exemplo, adotando a prevenção contra a aids, doença que já matou milhões em todo o mundo.
O texto foi aprovado depois que ativistas da luta contra a Aids conseguiram assinaturas suficientes para forçar os legisladores locais a tomar uma decisão: aprovar a proposta ou convocar um caro referendo. Para ativistas, permitir que a indústria pornô não adote o uso da camisinha equivale a estimular a “máquina que promove o sexo inseguro”.
Produtores e atores dos filmes adultos consideram que o uso do preservativo pode ser educativo, mas acaba atrapalhando o realismo das cenas. Nina Hartley, atriz pornô desde 1984 e enfermeira, criticou a decisão. Segundo ela os filmes pornográficos exigem relações que duram entre 30 e 60 minutos. Segundo a atriz, uma camisinha pode gerar feridas e, portanto, aumentar o risco de transmissão de doenças.
“É um desastre para o cuidado da saúde. Sei que parece diferente quando observado de fora, mas não funcionará e não protegerá ninguém”, afirmou.
A falta de uso de preservativo já levou a aids para a indústria pornô. Em 2010, filmes tiveram que ser suspensos por causa da notícia bomba de um ator havia sido infectado com o vírus HIV. Foi necessário rastrear as relações do ator nas películas e submeter todos os envolvidos a exames preventivos.