No dia 12 de abril de 2007, os índios caingangues estiveram na Escola Estadual Professora Terezinha Elisabete Kepp-Ensino Fundamental, bairro São João Batista, Almirante Tamandaré, para a realização de palestras e venda de produtos artesanais.
Alcino de Almeida, vice-cacique da aldeia Camboí, localizada na divisa de Curitiba com São José dos Pinhais, explicou que pela falta de terra suficiente os índios não conseguem caçar e nem tampouco pescar, e que a caça de hoje é a venda do artesanato (arcos, flechas, pulseiras, presilhas, anéis, cocares, etc.) nas feiras, nas lojas e nas escolas públicas e privadas. Caso o leitor tenha interesse em contatar os índios, ligue para o telefone (41) 9641-7623 e fale com o Alcino.
Os professores prepararam os estudantes para receber os caingangues. Josélia Aparecida Kotovski, que leciona português, abordou a linguagem e a escrita indígena. Docelina Anjos Marques, professora de artes, ensinou a arte do trançado, que se diferencia de um grupo indígena para outro. Os alunos produziram cestos. Noêmia Maurício de Souza, professora de inglês, trabalhou o livro Macunaíma, de Mário de Andrade, e a versão das palavras indígenas do português para o inglês.
Otília do Rocio Cumin, professora de ciências, mostrou e explicou a utilidade das plantas medicinais usadas pelos índios. Rosimeri da Luz Benatto, professora de matemática, por intermédio dos gráficos, demonstrou a relação percentual entre vivos e mortos das nações indígenas do Paraná, ou seja, caingangues, xetás e mbya-guaranis. Joelma Costa Rosa, professora de geografia, apontou a localização, o modo de vida e a cultura dos povos indígenas paranaenses. Na disciplina de história, trabalhei as reduções do Guairá (1626-1630), promovidas pelos padres jesuítas, e os primeiros contatos com os caingangues.
Jorge Antonio de Queiroz e Silva é palestrante, pesquisador, historiador e professor. Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná.