A Associação Brasileira de Críticos de Arte divulgou a lista de 32 indicados ao Prêmio ABCA 2003, destinado a profissionais, personalidades e instituições que contribuíram para a cultura nacional durante o ano passado. A atual edição vai conceder prêmios em dez categorias duas a mais que a anterior. Além das recém-criadas “Difusão na Mídia” e “Exposição”, as categorias premiadas são Artista Contemporâneo, Personalidade, Artista/Trajetória, Curador, Instituição, Crítico Filiado, Crítico/Trajetória e Pesquisador. Cada uma possui o nome de um crítico de reconhecida contribuição para a cultura e as Artes Plásticas brasileiras.
No final de março, a associação divulgará os nomes dos vencedores. Em cerimônia comandada pela presidente da ABCA, Lisbeth Ruth Rebollo Gonçalves, eles receberão no dia 12 de maio o prêmio um troféu idealizado pelo escultor Nicolas Vlavianos , no Centro Cultural Branco do Brasil, em São Paulo.
Durante a festa, a ABCA homenageará o governador Geraldo Alckmin, pela ampliação dos espaços de arte no Estado; os artistas plásticos Aldemir Martins e Tomie Othake, pelo conjunto de obras; e o professor Antônio Cândido, pelo trabalho de pesquisa das artes em geral. Também concederá menção honrosa à romancista e crítica catarinense Ruth Laus, por sua trajetória cultural; e à Fundação Cultural de Blumenau, pelo fomento de ações culturais.
Duas indicações foram para o Paraná. Primeiro, na categoria Crítico Filiado (Prêmio Gonzaga Duque) para Nilza K. Procopiak ex-curadora do MAC/PR, diretora cultural da Associação Profissional dos Artistas Plásticos/PR e do Museu da Gravura da Cidade de Curitiba, é crítica de arte, curadora, programadora cultural e artista plástica. Nilza é apaixonada pelo que faz. “Pouco me preocupo se uma obra de arte possui um valor alto ou baixo, sempre fui interessada na qualidade do acervo, e no estético-artístico” disse.
Nilza Procopiak é artista plástica há 38 anos e gostou de saber que a ABCA lembrou-se do seu nome e da Adalice Araújo, outra indicada. “Foi num bom momento, o Paraná estava meio esquecido pelo pessoal de São Paulo e Rio de Janeiro. Além de ser uma artista plástica que participou de 56 exposições, curadora e programadora cultural, Nilza possui mais de 500 textos publicados, a maioria no Jornal do Estado. Atualmente ela trabalha como curadora na Fundação Cultural de Curitiba. Nessa categoria, ela vai concorrer com o baiano César Romero, crítico de arte, artista plástico e médico psiquiatra. E também com Enock Sacramento, crítico de arte de São Paulo que possui um enorme trabalho.
Adalice Araújo
Na categoria Crítico Trajetória, que receberá o Prêmio Mário de Andrade, a indicada do Paraná é Adalice de Araújo, pesquisadora, crítica de arte e professora universitária que manteve durante cinco anos a Coluna Artes Visuais, no Diário do Paraná, Polo Cultural e na Gazeta do Povo. Em 1987/88, dirigiu o MAC/PR, onde introduziu serviços de curadoria, reserva técnica, núcleo de Arte-Educação e realizou mostras internacionais como a Arte Atual de Berlim. Adalice terá como concorrentes, o pernambucano Raul Córdula, crítico de arte contemporânea e Israel Pedrosa, pintor, professor e pesquisador.
O prêmio
O Prêmio ABCA foi criado em 1978, com patrocínio da FUNARTE, destinado a críticos, artistas, pesquisadores, instituições e personalidades atuantes na área das artes visuais pela contribuição à cultura nacional. Entre o rol de vencedores estão artistas, personalidades e instituições de expressão como Siron Franco, Milu Villela, Cícero Dias, Marcos Mendonça, Ferreira Gullar, Jacob Klintowitz, Ruy Mesquita, Waltercio Caldas, Arcângelo Ianelli, Centro Cultural Banco do Brasil (RJ), Instituto Moreira Salles, Sesc/SP e outros.
Os prêmios são atribuídos por votação dos associados, a partir das indicações que todo sócio pode enviar para discussão e aprovação da Assembléia Geral da entidade. A votação é realizada por cédula, com as indicações aprovadas. A apuração é feita por uma comissão de associados, com a participação da diretoria, sendo apresentada à Assembléia para verificação e aprovação final.
ABCA
A Associação Brasileira de Críticos de Arte foi criada em 1949 e é a mais antiga associação brasileira de profissionais da área das artes visuais. Foram fundadores os críticos Sérgio Milliet (primeiro presidente), Mário Barata, Antônio Bento e Mário Pedrosa, entre outros intelectuais atuantes na crítica de arte.
A ABCA nasceu ligada à Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA), fundada em 1948, em Paris, como uma ONG. Maiores inforamações, consulte o site da entidade, www.abca.art.br.