Está chegando a hora! É nesta quinta-feira (14) que vamos descobrir quais são os brasileiros que foram além da indicação e que vão trazer para a casa mais uma estatueta do Grammy Latino. Na 20ª edição da premiação, que é considerada o Oscar da música, alguns brasileiros se destacam entre as indicações, como Anitta e Tiago Iorc. Mas é para Paula Fernandes, que o gosto da indicação se faz ainda mais especial, principalmente depois do ano que viveu em 2019.
A cantora, que foi indicada na categoria Melhor Álbum de Música Sertaneja, com o disco Hora Certa, também deve participar da cerimônia do Grammy Latino de outras duas formas: vai apresentar uma das categorias do evento e também foi convidada a homenagear o cantor Juanes, que vai ser a Personalidade do Ano da Academia.
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“É uma grande alegria e realização que chega até ser difícil de explicar. Esse é o nosso “Oscar”, o “Oscar” da música, e saber que fui lembrada e escolhida entre tantos artistas é motivo de muita comemoração. Somente a indicação já é um prêmio pra mim”, comentou Paula à Tribuna do Paraná, antes de embarcar para Las Vegas, onde vai ser a cerimônia.
Essa não é a primeira vez que Paula Fernandes é indicada. A cantora teve, inclusive, em 2016, o gostinho de ser premiada e na mesma categoria que recebeu indicação nesse ano. Para ela, o prêmio é muito mais do que as pessoas acabam percebendo. “Acho que o prêmio é, acima de tudo, uma comprovação para o artista que ele está no caminho correto. É uma realização muito mais pessoal do que qualquer outra coisa”, disse.
Paula contou que a estatueta que ganhou em 2016 está num lugar especial e tem tido um papel fundamental em sua carreira. “Está no meu quarto. Todo dia eu acordo, olho para ele e isso me dá forças para continuar compondo, cantando e correndo atrás dos meus sonhos. Acredito que a minha vitória é importante para mim, para minha família, amigos e, com toda certeza, meus fãs e simpatizantes da minha música, isso que importa”.
Fiel à essência
Em meio a tanta gente fazendo som igual, se preocupando apenas com as vendas, é perceptível que Paula Fernandes sempre foi fiel à sua essência. Embora esteja “remando contra a maré”, a cantora continua fazendo o som da forma que acredita o que a faz seguir um jeito quase que particular. “Acredito muito na minha verdade, que a música precisa passar uma mensagem e a minha mensagem é sempre de amor. O sucesso é uma consequência de fazer o trabalho com amor, carinho e da forma que se sente à vontade. Então, pensando nisso, eu tenho certeza que sempre vale a pena manter a minha essência, até porque temos espaço para todos os tipos de trabalho e essa indicação prova isso”.
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Paula avaliou que, entre os indicados, o legal é justamente a diferença que está entre os artistas, ainda que dentro da mesma categoria (por exemplo, como ‘Melhor Álbum de Música Sertaneja’, a cantora concorre com nomes como Marilia Mendonça, com o projeto Em Todos Os Cantos, e com Luan Santana, com o disco Live Móvel). “Todos os indicados trazem um estilo diferente, uma essência, uma mensagem. Esse é o legal do Grammy, que prova que tudo vale a pena sim”.
Com a polarização, se tornou impossível não se perceber o quanto os artistas nacionais acabam sendo desvalorizados, mas Paula rebate que isso está mudando. “Eu acho que o brasileiro tem um pouco disso sim, de querer valorizar o que é de fora mais do que o que é nosso. Eu acho que isso vem de uma cultura que fez com que todos nos sentíssemos inferiores e por isso não valorizamos os nossos próprios artistas. Mas acredito que isso está mudando, recentemente vi uma pesquisa com base nos números do Spotify que mostrou que os brasileiros são os que mais ouvem seus próprios artistas, que continuemos assim”.
Mais amor, por favor
Neste ano, Paula comemorou a gravação de sua versão da música Shallow, ‘Juntos’, e depois disso também gravou seu novo DVD, Origens, que foi registrado em sua cidade, Sete Lagoas, MG. Depois de um ano cheio de projetos que surtiram bons resultados, mas que fizeram com que a cantora pudesse experimentar a parte ruim do sucesso, que é ter que lidar com as críticas (em alguns casos pesadas demais), principalmente por conta de ‘Juntos’, Paula considera que a indicação do prêmio é uma resposta. “Esse ano me trouxe grandes desafios, mas junto deles também tive grandes realizações e a indicação veio para fechar com chave de ouro este ciclo da minha vida. O que eu acredito é que não existe ninguém que agrade todas as pessoas, nenhum artista consegue tocar e encantar todos, sempre vão ter os que gostam e os que não gostam do meu trabalho, mas uma coisa deve ficar sempre acima dos gostos pessoais e para mim essa coisa é o respeito”.
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Ainda que não ganhe o prêmio, Paula Fernandes destacou, primeiro, o apoio que tem recebido e pediu por mais empatia. “Primeiro eu queria agradecer imensamente a torcida. Você [repórter, Lucas Sarzi] e todos da Tribuna sempre me tratam com muito carinho e respeito e o sentimento é totalmente recíproco. Todos nós artistas merecemos respeito e empatia pelo nosso trabalho, independente se é seu estilo musical preferido, se a música te toca ou não, porque pode tocar outras pessoas e com certeza representa muito para o artista”.
Os indicados
Além dos já citados acima na reportagem, a 20ª edição do Grammy Latino também tem categorias específicas para vários estilos da música brasileira, nas quais concorrem artistas como Anavitória, Pitty, Priscilla Alcântara, As Bahias e a Cozinha Mineira, Liniker e Os Caramelows, Mahmundi, Monarco, Mart’nália e Ana Cañas.
Além de Paula Fernandes, que vai entregar um dos prêmios, Anitta foi confirmada como uma das cantoras que vai se apresentar na premiação. A cerimônia, que vai ser na MGM Grand Garden Arena, em Las Vegas, pode ser assistida pelo canal fechado TNT.
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