Foto: Jorge Rodrigues Jorge

Rosi Campos: ?Ela (Rubia) é engraçada, mas tem um lado sério.?

continua após a publicidade

A carreira televisiva de Rosi Campos é marcada por personagens cômicos. Como a comentada lutadora de boxe Edilásia Sardinha, de Da cor do pecado e a mais recente Mercedes, de América, uma mulher louca para arrumar um marido americano. Rúbia, seu papel atual, é uma das personagens mais engraçadas de O profeta, folhetim das seis da Globo. Mas Rosi Campos faz questão de destacar o lado sério de sua personagem. ?Ela é uma mulher sensível. Tem que lidar com a questão de perder o dom da premonição e saber como viver com isso?, explica. A vocação para dar vida a papéis divertidos não incomoda a atriz. Mas ela admite que é complicado conseguir um outro tipo de personagem. ?Não tenho abertura para definir que tipo de trabalho quero fazer. Sempre preciso de alguém que interceda por mim?, afirma, ao revelar que adoraria fazer uma vilã.

P – Quais foram suas inspirações para compor a Rúbia? Você já encontrou trambiqueiras como ela ao longo de sua vida?

R – Existem muitas pessoas como ela por aí, não é difícil encontrar gente assim. Mas há os profissionais sérios também. Fui buscar informações sobre tarô, búzios, astrologia. Acho interessante porque eles fazem um panorama da sua vida baseados em algo que tem fundamento. Existem estudos milenares nessas áreas. Falo com uma moça chamada Soraya, de Santos, que trabalha com isso de maneira bastante séria. Toda família dela se dedica a esses assuntos com paixão. Acho legal.

P – Você já se interessava por misticismo?

R – Não, nunca tive interesse. Na verdade tinha medo. Sempre achei que essas coisas de investigar o destino era o mesmo que buscar sarna para se coçar. Mas a gente sempre descobre algo aqui ou ali. Só não deixo esse tipo de previsão pautar a minha vida, interferir nas minhas decisões.

continua após a publicidade

P – A personagem integra o núcleo cômico da novela, mas você fala dela com muita seriedade. Não acha a Rúbia engraçada?

R – Ela é engraçada, sim. Mas também tem um lado sério e talvez essa faceta ainda não tenha aparecido muito na história. O mais interessante da Rúbia é essa dualidade. Ela é uma trambiqueira, mas tem sensibilidade e não prejudica ninguém. Usa os filhos para ajudá-la, mas fala para os seus clientes algo que está baseado também em sua intuição. A verdade é que o tema trabalhado na novela, a profecia, é um assunto sério. E torço para que a Rúbia seja bem-sucedida em seu lado engraçado, mas que ela também saiba trabalhar os dons premonitórios que tem. Ou que já teve.

P – Os tipos cômicos são seus preferidos?

continua após a publicidade

R – Devem achar que tenho uma cara engraçada, porque sempre faço personagens mais divertidos mesmo. Gosto desses papéis, mas não basta só gostar de fazer. Tudo depende do texto, de como o personagem foi escrito. Na minissérie Hilda furacão, por exemplo, fiz a prostituta Maria Tomba-Homem. Ela era engraçada, mas vivia algumas situações que não eram nada cômicas. É legal fazer rir porque a gente coloca um certo tempero nas histórias. Deixa a trama mais divertida. Mas gostaria de fazer outras coisas. Adoraria fazer uma vilã, por exemplo.

P – O sucesso como humorista a deixou ?engessada? em personagens engraçados? Acredita que a televisão poderia experimentá-la em outros papéis?

R – Tudo depende muito do diretor, do autor. Às vezes a gente encontra um profissional que tem sensibilidade e que aposta em você para experimentar mais, para fazer outro tipo de personagem. Mas preciso de alguém que advogue a meu favor. Porque eu não posso chegar na emissora e falar: ?Eu quero fazer isso?. Não tenho essa facilidade. Talvez outros atores tenham. Mas acho que tudo depende de como a emissora quer você. De qualquer forma, não posso reclamar. Sempre tive papéis legais.