Humor contra a “difamação” de Foz

Rio de Janeiro – A cidade de Foz do Iguaçu, onde mora uma importante comunidade árabe, resolveu responder com humor às suspeitas de que seria um ninho de terroristas. O secretário ao Turismo do Paraná, Claudio Rorato, anunciou ontem a realização de um Festival Internacional do Humor na cidade, de 27 de novembro a 14 de dezembro. Humoristas de cerca de 40 países participarão do evento.

“A cidade foi criticada por causa do terrorismo. Hoje, os Estados Unidos admitem que não existem células terroristas na região da Tríplice Fronteira (Argentina, Brasil e Paraguai). No entanto, a cidade sofreu com essas acusações, e o festival vai mudar esta imagem negativa”, espera Rorato.

A idéia foi do humorista carioca Ziraldo. O Planeta Água será o tema do Festival, já que Iguaçu significa “água grande” no idioma tupi-guarani. A máxima de Ziraldo -“Onde há humor, não há terror” – tem como objetivo promover o turismo, numa região que acolheu 1,2 milhão de visitantes em 1994, 400 mil após o 11 de setembro de 2001 e 600 mil este ano.

A imagem da cidade já foi afetada em 1994, por um atentado contra uma associação israelense em Buenos Aires, pelo qual a comnunidade árabe de Foz do Iguaçu foi acusada. Também houve, depois dos ataques terroristas a Nova York e Washington, uma reportagem da rede CNN que mostrou uma foto de quedas apresentadas com as de Iguaçu num esconderijo do grupo Al-Qaeda, no Afeganistão.

“Já foi comprovado que as quedas não eram as de Iguaçu. Os industriais locais escolheram um advogado nos Estados Unidos para mover uma ação para obter reparação de danos à imagem”, disse Tereza Bettega Parodi, que trabalha com turismo na cidade. “As autoridades não querem dinheiro, mas uma “propaganda positiva” da região”, explicou.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou no dia 23 de setembro, em Nova York, que o Brasil “se preocupa com alegações infundadas quanto à existência de grupos terroristas na região de Foz do Iguaçu”: “Não há qualquer prova de atividade ligada ao terrorismo na região da Tríplice Fronteira. Árabes e judeus vivem em harmonia no Brasil. Somos uma sociedade que valoriza a diversidade étnica e religiosa”, afirmou.

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