Se reunir para saborear uma costela assada, conversar e, ao mesmo tempo, se expressar entre rabiscos e contornos. O que pode parecer um despretensioso e singelo passatempo, para um grupo de ilustradores e desenhistas, profissionais ou não, já está virando compromisso sério. Trata-se do Costelão ilustrado, cujas obras estão expostas no espaço cultural Era Só O Que Faltava, em Curitiba.
Com curadoria de Débora Santiago, a mostra a primeira do Costelão ilustrado encerra a temporada de 2009 de exposições do Projeto Parede do espaço cultural. Durante a exposição, que ficará em cartaz até o dia 18 de fevereiro, é possível conferir 28 telas, cada uma composta por ilustrações de, em média, quatro artistas.
Os desenhos do Costelão ilustrado, que tem à frente Francis de Cristo, Laqua, Marcelo Lopes e Rafael Mox, foram feitos em papel Kraft, durante os encontros do grupo em um costelão, no Bairro Água Verde.
As obras são feitas com giz de cera e pastel, caneta nankim, lápis de cor, grafite e marcador. Alguns artistas também fazem recorte e colagens. A exposição conta com obras produzidas nos quatro primeiros encontros, quando colaboraram cerca de 50 artistas.
Segundo o ilustrador Francis de Cristo, a degustação da costela serve como inspiração. “São desenhos aleatórios, feitos sem compromisso, como uma forma de happy hour mesmo. O que dá para perceber é a influência da costela nos desenhos, feitos com muito humor”, afirma.
Segundo o ilustrador, os encontros também servem para trocar informações sobre o mercado, métodos de trabalho e técnicas, além de proporcionar oportunidades para quem está começando.
De Cristo conta que há uma receptividade muito grande da casa, que se dispôs a preparar mesas especiais para os artistas. “Um dia, o Laqua desenhou um dos garçons e o desenho virou atração. Até o gerente foi olhar”, conta. Segundo De Cristo, o número de artistas varia em cada evento.
De acordo com De Cristo, a proposta de reunir amigos para comer, desenhar e bater papo não é nova. O projeto Costelão ilustrado é baseado no encontro de ilustradores que já acontece em São Paulo, chamado Bistecão ilustrado.
Pessoas que quiserem também podem participar dos encontros. Para isso, Cristo ressalta que são precisos apenas três requisitos: “ter apetite, vontade de conversar e, se quiser, desenhar”. O próximo encontro deve acontecer entre a segunda e a terceira semana de janeiro.
Entre as obras que o público poderá conferir no Era Só estão criações dos artistas Laquá, Francis de Cristo, Rafael Mox, Alê Mariano, Karin Giraldi, Gui Paixão, Silvio Spannemberg, Carina Selhorst, Priscila Driessen, Dankai, entre outros.
Projeto Parede
O Projeto Parede nasceu, como o próprio nome diz, nas paredes do Era Só o Que Faltava, em abril de 2002, com uma exposição de desenhos de Luciano Boletti. O objetivo û além de reforçar o lema da casa, “Comida, diversão e arte” û é divulgar a produção de jovens artistas do Paraná e expandir os limites da intervenção artística para além dos museus e galerias, em um lugar informal.
Dessa forma, o público fica mais à vontade para desfrutar as obras. Já participaram do projeto, artistas como Gleyce Cruz, Leandro Peixoto, Bruno Machado, Karen Tortato, Milena Costa, Karin Schwarz, Rafael Cotait, entre outros. O projeto já rendeu vários frutos e promete produzir resultados ainda por um longo tempo.
Serviço
Projeto Parede Era Só o Que Faltava Exposição Costelão ilustra,do. Curadoria e organização de Débora Santiago. Até o dia 18 de fevereiro no Era Só o Que Faltava (Av. República Argentina, 1334). Entrada: valor conforme atração da casa. Informações: 41 3342-0826 e www.faltava.com.br.