Xaxado, forró, coco, xote, ciranda, embolada e, é claro, o baião não poderiam faltar nos três dias de shows em homenagem a Luiz Gonzaga, no Vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo.
Mais de 200 mil pessoas, segundo estimativa da Guarda Civil Metropolitana, enfrentaram o frio em mais de 30 horas de shows da Virada Nordestina. Dois palcos foram montados. Houve também apresentações de bonecos de mamulengo, performances sobre pernas de pau e danças do maracatu.
Ontem, o irrequieto Antonio Nóbrega tocou violino de joelhos e desceu do palco para dançar com o público. Sem reclamar, os seguranças fizeram escadinha para ajudá-lo a voltar ao microfone. “São Paulo é a cidade de muitos nordestinos e faltava um evento como esse. Luiz Gonzaga soube entender a música do sertão e trazê-la para os grandes centros”, disse o multi-instrumentista pernambucano.
Alceu Valença encerrou o evento, ontem, com um show misturando acordes de guitarra e sanfona. “Gonzagão foi o primeiro a difundir a música nordestina dos emboladores e repentistas. Ele teve o papel relevante de fazer o Brasil olhar para dentro”, disse Valença.
Repertório de outros nordestinos ilustres fizeram parte do espetáculo, como Jackson do Pandeiro e Sivuca. O evento ainda teve a sanfona de Dominguinhos, a voz potente de Elba Ramalho, a inovação do Cordel do Fogo Encantado, a simplicidade da Banda de Pífanos de Caruaru e o repente da dupla Caju & Castanha. No sábado, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), subiu ao palco com Dominguinhos. Eles cantaram ‘Baião Número 1’.