Completam-se nesta terça, 13, 120 anos do nascimento de um dos grandes do cinema – Alfred Hitchcock, que se tornou conhecido como mestre do suspense. Em 1995, quando se comemorava o centenário do cinema, uma enquete realizada com críticos, cineastas e historiadores de todo o mundo apontou-o como o maior e mais influente diretor da história. Em 2012, outra enquete – do British Film Institute – levou à escolha de Vertigo, de 1958 (Um Corpo Que Cai, no Brasil), como melhor filme de todos os tempos, à frente dos tradicionais vencedores, Cidadão Kane, de Orson Welles, e O Encouraçado Potemkin, de Sergei M. Eisenstein.
A data redonda não passará em branco. Na TV paga, o Telecine Cult promove uma maratona que deve começar às 11h, com Topázio, de 1967. Ao longo de 12 horas ininterruptas, serão apresentados seis filmes, entre eles os que integram a trilogia edipiana do mestre. Psicose, de 1960, Os Pássaros, de 1963, e Marnie, as Confissões de Uma Ladra, de 1964, formam um bloco de notável coerência de temas e forma. O último, esnobado na época, ganhou status de obra cult. François Truffaut, o crítico e cineasta que foi tiete de Hitchcock, definiu-o como obra-prima doente. É visceral – a trajetória de uma mulher para se libertar dos grilhões psicológicos que lhe produziram um trauma sexual – e também foi um filme traumático para o diretor. Homem de uma só mulher – Alma Reville, companheira na arte e na vida -, o velho Hitch enlouqueceu de desejo por sua estrela e cometeu o que hoje é reconhecido como assédio. Tippi Hedren não apenas resistiu como o rejeitou. O abalo que isso representou para ele pode estar na origem do inexorável declínio que se seguiu.
Críticos costumam dizer que Hitchcock e Freud nasceram um para o outro. Seus filmes são psicanalíticos. Possuem grandes cenas, e você ainda pode votar na enquete do Portal Estadão, para apontar a melhor. A morte na ducha de Psicose, o ataque do avião em Intriga Internacional, etc. Hitchcock, formado pelos jesuítas, elevou, com seu suspense, o medo à condição de uma das mais belas artes.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.