Há 35 anos morando fora do Brasil – 25 anos só nos EUA -, o músico brasileiro Heitor TP é o compositor por trás de trilhas sonoras de animações de sucesso, como Meu Malvado Favorito, Minions, Smurfs e Angry Birds, e também de longas-metragens. Ganhador do Grammy e do Emmy, ele é uma das atrações desta quinta-feira, 25, do festival Rio2C, no Cidade das Artes, na Barra da Tijuca, Rio. Seu painel terá início às 11h45, com mediação de Zé Ricardo, curador do festival. Já na sexta, 26, às 19h30, o músico se apresenta ao lado da Orquestra Petrobras Sinfônica, sob regência do maestro Isaac Karabtchevsky, executando trilhas sonoras e peças, como ele diz, mais pessoais, como uma homenagem ao amigo, o músico Arthur Maia, que morreu no ano passado.

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No painel, Heitor conta que falará sobre sua trajetória, rotina de trabalho, suas técnicas, entre outros temas. “Esse evento é uma boa oportunidade, porque mostra como temos acesso a equipamentos no celular que não custam uma fortuna”, diz Heitor, ao jornal O Estado de S. Paulo, de Los Angeles, onde vive.

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“Uma criança numa área mais necessitada num determinado lugar do Brasil, África, América Latina, com acesso a um equipamento muito mais barato, vai criar músicas e até scores para filmes que o mundo inteiro – como agora faço – vai ver, mas com uma visão de uma pessoa que teve experiências complemente diferentes de todos os outros. Isso é o que eu quero tocar. Vou mostrar algumas coisas que são meus exemplos pessoais.”

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Nascido no Rio Grande do Sul, o músico de 58 anos viveu em vários lugares do Brasil antes de morar no exterior. Guitarrista, violonista, compositor e arranjador, Heitor tocou na icônica banda inglesa Simply Red entre 1988 e 1996. E, depois, por intermédio do compositor alemão Hans Zimmer, conseguiu entrar no prestigiado mercado de trilhas sonoras em Hollywood.

E como foi essa transição na carreira? “A oportunidade foi dada a mim pelo Hans, mas acho que o que me fascinou foram duas coisas: o fato de ser cinema, e como a música pode ajudar uma história a ser contada; e essa ideia de que se precisa de muitas pessoas para chegar a um resultado. Eu que vinha de uma banda descobri que se necessita de uma banda ainda maior para fazer um filme, e sempre gostei de ser uma banda: eu, Arthur (Maia) e Claudinho (Infante) – na banda Pulsar -; eu tocando com Ivan Lins ou Milton Nascimento; eu tocando com Simply Red, ou meus tios com a banda que eles tinham.”

E como é trabalhar com trilhas? “Em termos de animação, eu começo, às vezes, quando o filme ainda está em processo de desenho, storyboard, e a gente já começa a falar sobre esses personagens, sabe a coisa básica da história, mas, nesses momentos, já passo a pensar nos temas que vão representar cada um dos personagens. Outras vezes as pessoas me convidam quando eles estão quase que escrevendo a história, e pedem para eu escrever umas peças de música pra inspirá-los; e outros filmes já têm cor, movimento, mas ainda falta completar as cores, e quando tenho uns 6 meses pela frente”, detalha ele, que atualmente está finalizando Angry Birds 2. “No final de maio, vou para a Inglaterra, onde gravo orquestra e, em junho, começo Minions 2.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.