Hebe Camargo em ritmo de festa

Mesmo após décadas de tevê, Hebe Camargo jura que ainda sente o frio na barriga típico dos principiantes. E garante estar bastante nervosa por comandar o programa que vai comemorar os seus 18 anos de SBT e 60 anos de carreira. O especial Hebe por Hebe – 18 anos com o SBT é também uma maneira de Silvio Santos afagar o ego da apresentadora. Isto porque Hebe tem contrato com a emissora até dezembro e não esconde de ninguém que foi sondada por várias emissoras de tevê, principalmente a Record. “Mas devo renovar com o SBT, até porque o Silvio Santos já mandou avisar que não quer esperar até dezembro”, afirma a apresentadora, de 75 anos.

Poucas vezes o SBT produziu um programa nos moldes do Hebe por Hebe. O especial será exibido ao vivo amanhã, às 22h30, diretamente da casa de espetáculos Sala São Paulo, e terá duas horas e meia de duração. A festa terá direito a tapete vermelho e a transmissão de flashes nos programas que antecedem para mostrar os preparativos e a chegada dos convidados. Entre os nomes confirmados estão Paulinho da Viola, Zeca Pagodinho e a cantora inglesa Sarah Brightman, que já vendeu mais de 15 milhões de discos. “Também vou relembrar curiosidades, como a primeira roupa que usei no SBT”, promete.

P – Qual a expectativa de apresentar um programa que vai enfocar sua carreira televisiva?

R – Estou morrendo de medo. Neste especial, vou receber artistas que admiro e sei que vêm pela frente muitas surpresas. Meu coração é forte, mas não sei até que ponto e posso cair dura em frente às câmaras. Ainda fico nervosa, mesmo com tantos anos de estrada. Mas não vou decepcionar o público, que me acompanha há tantos anos, e nem a minha equipe, em quem confio muito. Antes, eu comparecia semanalmente às reuniões, mas hoje já não preciso mais. Eles me falam como será o programa e vibro sempre com os convidados. O certo é que vou ser eu mesma neste especial, como sempre fui. Não interpreto um personagem em meu programa.

P – O Silvio Santos pediu para você continuar no SBT?

R – O Silvio ficou sabendo que eu tinha ido ouvir a Record e me mandou uma carta maravilhosa. Chorei quando acabei de ler e coloquei a carta em um porta-retrato. Falei para ele que havia a proposta da Record, mas jamais usaria isso para elevar o valor do meu passe. Não gosto de mentira. Ele sabe que, na Globo, não tenho chance, porque eles não me convidam nem para os programas porque acham que vai aparecer SBT escrito na minha testa. Mas o Silvio não quer esperar para renovar o contrato só em dezembro, quando ele acaba, e acredito que vou ficar no SBT mesmo.

P – Você é do tipo de apresentadora que se preocupa com os números de Ibope?

R – Eu tento não entrar nesta guerra. Mas é claro que, se abaixar muito, é prejudicial porque se pode perder anunciantes. O que não gosto na tevê atualmente é que os programas estão explorando muito a fofoca e a devassa da vida alheia. Sei que o público gosta disso, mas é preciso impor limites. Às vezes, faço uma ou outra pergunta mais provocante, mas é sempre com muito respeito.

P – Para você, quais foram as mudanças mais importantes nesses seus 60 anos de tevê?

R – Os profissionais de tevê precisam ser bem mais responsáveis hoje em dia. Porque, nas últimas décadas, nos tornamos exemplos para o público, enquanto que, antigamente, a tevê ainda era bastante amadora e sofria preconceito de muitos setores da sociedade. Em termos de tecnologia, a tevê melhorou, mas é preciso cuidado para não perder a naturalidade.

P – O que você gostaria ainda de realizar na televisão?

R – Não posso querer mais nada, porque cheguei mais longe do que imaginava. Vim de família humilde. Adoraria dizer um “boa-noite!” e cair dura no auditório, porque tudo que conquistei devo ao trabalho. Tem gente que diz que treme quando está perto de mim e acho até graça. Sou igual a todo mundo.

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