Um grupo de músicos de São Paulo se reuniu na noite dessa quarta-feira, 26, com o prefeito Fernando Haddad em uma casa no Alto da Lapa. Era aparentemente uma festa, com som ao vivo o tempo todo feita por gente graúda como o pianista Amilton Godoy e o baixista Sidiel Vieira. Haddad, único de terno e gravata, era assediado a cada dois passos e os músicos, a maioria ligada à produção instrumental da cidade, o recebiam discretamente, mas com uma pauta específica.
Muitos eram integrantes do novo coletivo de reivindicações Música Pra Ouvir (#musicapraouvir), dentre eles os produtores Gustavo Anitelli e Débora Venturini e os artistas Joana Duah, Dani Gurgel, Thiago Rabello, Guilherme Ribeiro e Daniel Santiago. Em uma conversa reservada com o prefeito, propuseram a criação de uma política específica para a música que contemple principalmente a viabilidade de novos espaços públicos para a divulgação de trabalhos instrumentais e a formação de plateias para o gênero. Haddad se empolgou com algumas propostas e pediu uma nova reunião em 15 dias para alinhar ideias. O jornal O Estado de S.Paulo acompanhou a conversa. Ideias pré formatadas foram lançadas pelos artistas e novas ideias, com algumas promessas de realização a curto prazo, foram feitas pelo prefeito.
Virada Cultural
A reportagem falou com Haddad também sobre a Virada Cultural, prevista para maio, que já deu mais espaços para a música instrumental. “E por que não dá mais?”, perguntou o prefeito aos músicos, aparentemente com espanto. “Porque entende-se que não há público para isso. O que é um equívoco”, teve como resposta.
Afinal, como lidar com o abacaxi da violência que explode na madrugada?, perguntou a reportagem. Haddad deixou claro que repensa o formato e leva em conta a diminuição de palcos entre 1h e 5h da manhã. “Nós temos que aprender. Por exemplo, como podemos usar o Clube Tietê? Ele é perto de estações do metrô e está mais protegido por ser um parque, pode dar mais segurança.” Ao ser indagado, mais diretamente, se essa proposta significaria a suspensão de shows e palcos, ele enfatizou: “Sim, entendo que isso tem de ser considerado, mas não no sentido de retroceder.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.