Entre as ações da SP Cine (SPCine – Empresa de Cinema e Audiovisual de São Paulo), está um novo edital de distribuição de longas-metragens no valor de R$ 1 milhão. O anúncio foi feito nesta quinta-feira, 17, pelo prefeito Fernando Haddad, pelo secretário municipal de cultura Juca Ferreira e pelo coordenador da SP Cine, Alfredo Manevy. Os três participaram de entrevista coletiva para falar sobre a política de incentivo ao cinema de São Paulo, relacionadas a temas como a reabertura do Cine Belas Artes, novos editais da SPCine e recuperação dos cinemas de rua. André Sturm, diretor e um dos proprietários do Belas Artes, também estava present ao encontro. “Vamos anunciar oficialmente o edital neste sábado, 19, durante a reabertura do Cine Caixa Belas Artes. É mais uma das iniciativas que fazem parte do nosso programa de incentivo à cultura e ao cinema de São Paulo”, declarou o prefeito.
De acordo com Manevy, ao todo 10 filmes serão contemplados pelo edital e cada um receberá R$ 100 mil de verba para ser investida em suas campanhas de lançamento. “Hoje a produção brasileira é grande. Fazemos cerca de 100 filmes por ano, mas nem sempre as produções conseguem espaço para serem exibidas ou até mesmo têm condições de fazer uma campanha de divulgação que faça com que o público saiba do filme”, acrescentou Renato Nery, coordenador de cinema da Secretaria de Cultura municipal. “Fizemos um cálculo e concluímos que este é o valor mínimo que um filme em geral consome para poder investir em seu lançamento, com gastos com cópias, trailer, publicidade, divulgação, distribuição, entre outros”, completou Nery.
Juca Ferreira também ressaltou que os filmes selecionados passam a ter lugar garantido na sala SP Cine do novo Belas Artes. “Será a Sala Aleijadinho, que receberá sempre uma programação com curadoria da SP Cine e onde também vão ocorrer as pré-estreias dos filmes que contam com o investimento e apoio da entidade”, explicou Nery.
Ainda sobre o novo Belas Artes, que reabre neste sábado, 19, às 15h30 da tarde, o prefeito destacou sua importância para a política de investimentos em cinemas de rua que vem sendo desenvolvida pela prefeitura e pela secretaria municipal de cultura. “O modelo que esta sendo testado é inovador. Quando houve o fechamento do cinema, há três anos, houve quem pedisse o tombamento, outras sugeriram a licitação, desapropriação. Mas entendemos que, até mesmo pelo prestígio que o Belas Artes conquistou, não era o prédio que era o patrimônio, mas sim a forma como ele tinha sido gerido até aquele momento”, declarou o prefeito.
“Foi a maneira de ver o cinema que se tornou tão importante quanto a localização e o próprio prédio. Quando começamos a participar da solução do problema, entendemos que o André (Sturm, diretor e proprietário do cinema) era uma figura central. Mas entendemos também que tínhamos um outro ativo que talvez nenhum outro cinema tivesse: a força de 120 mil pessoas que queriam que ele reabrisse”, continuou o prefeito, em menção ao Movimento Belas Artes, que lutou pela reabertura do local e angariou mais de 100 mil assinaturas em prol da causa.
“Em 2011, quando o cinema teve de ser fechado, claro que fiquei muito triste. Mas não esperava que fosse haver uma manifestação tamanha, espontânea e tão múltipla como a que ocorreu. E culminou com o movimento popular, forte e organizado que lutou pela reabertura do Belas Artes. Saber que fazemos parte da história da cultura da cidade é muito gratificante”, declarou Sturm.
“Foi mais fácil para o Juca procurar um parceiro público como a Caixa Econômica Federal. Isso porque levou para a Caixa aquilo que a instituição busco para reafirmar sua marca, ligada às questões de cidadania e cultura”, concluiu Haddad.
Juca Ferreira reiterou que o sucesso da iniciativa está servindo de exemplo para que a prefeitura explore a possibilidade de reabertura de outros cinemas da chamada Cinelândia (região central que concentrava muitos cinemas de rua). “Este pode ser um modelo interessante para a reabertura do Marrocos, Ipiranga, Arte Palácio, entre outros”, afirmou o secretário de cultura. “Esta ideia do naming rights é comum hoje em dia e associar o nome a empreendimento cultural pode atrair outras empresas privadas ou estatais. Pode ser que tenha um parceiro que associe o nome à marca e viabilize outros empreendimentos”, adicionou o prefeito.