Há exatos 250 anos, no dia 27 de janeiro, nascia o compositor que, ainda criança, revolucionou a música na Europa e depois no mundo. Mozart talvez seja o mais popular dos músicos eruditos. O compositor mais afeito às explorações comerciais da indústria de massa durante várias gerações e que, provavelmente, continuará sendo por mais 250 anos. Um verdadeiro gênio que, não obstante todas as dificuldades que atravessou em seus poucos anos de existência física, criou composições alegres que exaltam a vida.
Uma ótima maneira de definir sua obra é a célebre sentença que diz que ?quando os anjos tocam para Deus, eles tocam Bach; mas, quando tocam para seu próprio prazer, tocam Mozart?.
Invariavelmente a palavra ?gênio? acompanha qualquer comentário sobre Mozart. Diz-se que seu primeiro concerto para cravo foi composto aos cinco anos, época em que começou a excursionar pela Europa com seu pai, Leopold, e sua irmã, cinco anos mais velha, Nännerl. ?Por que ficar à toa em Salzburgo, quando tenho um milagre a mostrar ao mundo??, perguntava-se Leopold, referindo-se ao filho.
Joannes Chrysostomus Wofgangus Theophilus, que ficaria conhecido como Wolfgang Amadeus Mozart, nasceu em Salzburgo, na Áustria, em 27 de janeiro de 1756.
Mozart jamais foi à escola ou teve outro professor que não o próprio pai. Com apenas sete anos já compunha e tocava cravo, órgão e violino. Já havia passado por Viena e tocado para o imperador Francisco I, que o chamou de pequeno mágico, e no Palácio de Versalhes, em Paris. Em abril de 1764 a família segue para Londres, onde Mozart compõe sua primeira sinfonia. É nesse período que, influenciado por Johann Christian Bach (filho de Johann Sebastian Bach), Mozart se apaixona pela ópera italiana.
Entre meados de 1765 e final de 1766, os Mozart atravessam a Europa: Inglaterra, França, Bélgica, Holanda. Suíça e Alemanha. Em 1769, na Capela Sistina, Mozart ouve um dos corais mais célebres da Europa, o Miserere, de Allegri. A composição era guardada em segredo e os próprios cantores eram proibidos de transcrevê-la sob pena de excomunhão. Com apenas uma audição, Mozart memorizou as nove vozes e as colocou no papel. O papa pareceu não se incomodar e ainda lhe concedeu o título de Cavaleiro da Ordem da Espora de Ouro.
Mozart morreu no dia 5 de dezembro de 1791. Ele tinha apenas 35 anos, mas muitos consideram um verdadeiro milagre ele ter chegado a esta idade, já que, com sua vida errante, tivera as piores doenças daquela época.
Deixou 626 peças catalogadas por Köchel (o famoso K que acompanha todos os seus títulos). Diz-se que somente um cachorro acompanhou seu enterro, feito como indigente em uma cova comum. A teoria de que Salieri sentia muita inveja e o teria envenenado, porque antes de Mozart chegar o único Kapellmeister da corte em Viena era ele, ganhou corpo na época e foi reacendida quando em 1823, já aos 70 anos, Salieri tentou o suicídio e disse ter assassinado Mozart.
Dica: Assista Amadeus, de Milos Forman, ganhador de 8 Oscar, inclusive o de melhor filme. Trata-se de uma adaptação da peça de Peter Shaffer, criticada por alterar fatos históricos ou no mínimo controversos sobre a vida de Mozart. A história cria antipatia por Salieri, mostrado como um invejoso que teria envenenado Mozart.