O diretor espanhol Guillermo del Toro se entusiasma ao falar de "Hellboy II: O Exécito Dourado", o segundo filme que narra as aventuras de um demônio bom, que vive entre os homens e os defende das forças do mal. "Ficarei contente também se esse fosse o último filme, mas espero poder rodar um terceiro para aprofundar os temas que comecei a tratar aqui", revelou.

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O cineasta, inclusive, inseriu surpresas que os fãs do quadrinho não irão reconhecer: Liz, a namorada de Hellboy, está grávida, enquanto na obra de Mike Mignola os dois nem chegam a consumar uma relação. "Criei uma outra série para Liz", explicou Mignola, que ajudou a escrever a história para os cinemas.

Selma Blair, que interpreta a namorada do herói, encontrou a personagem mais madura. "Era muito importante para Guillermo que Liz não fosse mais fraca e chorona. É mais forte, ouve o instinto materno. ‘Pare com essas lágrimas!’, gritava para mim mesma de vez em quando. Gostei de vê-la mais ativa".

"No início das gravações desse segundo filme nós nos reencontramos, um grupo de atores underground, como os nossos personagens", considerou a atriz de "Segundas Intenções".

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A atmosfera no set de filmagem, principalmente na capital húngara de Budapeste, onde parte da produção foi rodada, era muito alegre. "Ron (Perlman, o ator que faz o protagonista) é um cavalheiro, mas é também uma pessoa muito divertida. Nas pausas das gravações, ele cantava, no estilo de Frank Sinatra, e você se voltava e estava ele lá, todo maquiado", continuou Selma.

Em "Hellboy 2", Del Toro manteve a sua predileção por não recorrer à computação gráfica para criar as suas personagens fabulosas. "Passava cinco horas na maquiagem para entrar na pele de Abe Sapiens (amigo de Hellboy) e sei que há atores que se lamentam por isso", contou o ator Doug Jones, que também trabalhou com Del Toro em "O Labirinto do Fauno", e interpreta mais de um personagem em "Hellboy 2".

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"É necessário saber em que você está se metendo quando trabalha com Guillermo Del Toro, sem animação computadorizada: às vezes é muito quente, você sente muita coceira. Mas eu acho o figurino muito útil para entrar no personagem. Em ‘Hellboy’ eu interpreto Abe, mas por uma semana fui o Anjo da Morte. Ver ele sendo construído passo a passo sobre a minha pele foi uma ótima maneira de entrar em contato com ele. E aquelas asas? Pesadas!", comentou Jones.

Para Ron Perlman, que já havia trabalhado com Del Toro em "Blade 2" e no primeiro filme da série de "Hellboy", a maquiagem também é parte integrante do personagem. "O aspecto do personagem é a base de todo o resto (do filme)", admitiu.

O ator de 58 anos, que ficou conhecido após participar da adaptação cinematográfica do livro "O Nome da Rosa", de Umberto Eco, não vê a máscara apenas como um artifício para interpretar personagens diferentes. "Por muitos anos me senti infeliz na minha pele, mas por sorte o bom Deus me deu esses papéis em um momento da minha vida em que ficar por trás de uma máscara fazia com que eu me sentisse muito melhor. Isso me libertou, fez com quem me sentisse mais confortável diante das câmeras", admitiu.