Depois do empoderamento da Mulher-Maravilha no ano passado, Pantera Negra prosseguiu estabelecendo novos patamares para o faturamento dos filmes de super-heróis. Assim como as mulheres, os negros esperavam um herói para chamar de seu. Hollywood só tem a celebrar. A Marvel que o diga. Vingadores – Guerra Infinita, que toma de assalto mais de 1.800 salas do Brasil, retorna a Wakanda para a batalha decisiva contra Thanos no novo longa dos irmãos Anthony e Joe Russo.
Se havia um desafio em Guerra Infinita era justamente essa disposição da Marvel de celebrar os dez anos de seu estúdio agregando diferentes histórias com o objetivo de atingir os sentimentos do público. Em Capitão América – Guerra Civil, os Russos já haviam filmado as fissuras entre o Homem de Ferro e o Capitão América, e cada um deles soma uma parte dos heróis. Guerra Infinita começa com o mundo ameaçado por Thanos. Ele está reunindo as joias do universo, o que faz com que seu poder aumente. Nesse quadro em que o Homem de Ferro e o Capitão não se comunicam mais – e em que Bruce Banner parece não contar mais com a força de seu alter ego Hulk -, todo esforço é para reconstruir a união do grupo.
Thanos é um destruidor de mundos. Sua solução para a crise – excesso de gente, escassez de alimentos – é promover o extermínio das populações. Para atingir seu objetivo, Thanos é capaz de tudo – até eliminar a única coisa que ama. O tema dessa primeira parte da guerra infinita é a ameaça não só ao grupo, mas ao amor. Tudo vai sendo reduzido a pó, pulverizado. Se existe esperança, ela não se desenha nessa aventura sem fim. O curioso é que, de alguma forma, o filme metaforiza o estado do mundo. Em toda parte há um racha tão grande que cada grupo prefere apostar na destruição. Tolerância zero. Mas vem aí – em 2019 – um novo Vingadores. O show, senão a humanidade, deve continuar.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.