O Teatro da Caixa, em Curitiba, inicia as programações para 2010 com a produção Manson Superstar, obra baseada em torno de uma das figuras mais emblemáticas e polêmicas do século XX, o norteamericano Charles Milles Manson, responsável por ordenar o brutal assassinato da atriz Sharon Tate por um grupo de jovens fanáticos no final da década de 60, encenada pelo grupo Vigor Mortis. A peça estará em cartaz de sexta a domingo.
De acordo com o diretor da peça e da companhia, Paulo Biscaia Filho, a ideia para montar um espetáculo em cima da trágica história de Manson já tem pelo menos 10 anos.
“Logo que a companhia foi criada, em 1997, surgiu o interesse em contar a vida de Manson. Por mais assustadora e macabra que seja, é uma história que ainda chama a atenção das pessoas, por ser detalhada e também interessante”, revela.
O objetivo inicial era que a peça fosse montada em 1999, no aniversário de 30 anos da morte da atriz. Porém, alguns imprevistos impediram essa realização. “Felizmente pudemos resgatar esse trabalho pelos 40 anos da morte de Tate, ano passado”, informa.
O diretor fala que o público tem apresentado uma reação esperada pela peça. “Os espectadores têm gostado desse musical. Ele choca e dá repulsa nas pessoas e essa era a nossa intenção, pois a produção é a mais realista possível. É como se fosse aquele acidente de carro em que todos passam devagar só para ver o estrago. Ao mesmo tempo em que cria uma sensação ruim, também exerce um certo fascínio. O trabalho foi encenado em Curitiba no final do ano passado e a resposta do público foi bem positiva”, afirma.
Biscaia Filho garante que, apesar de ser musical, as músicas sempre soam orgânicas. “Manson Superstar difere de outros trabalhos do gênero. Ela não é um elemento adicional à cena, mas sim é algo que faz parte da cena. Muitos podem estranhar em um primeiro momento um musical, entretanto, cabe ressaltar que a música fazia parte da vida de Manson. Ele queria fazer sucesso como artista e chegou a gravar um disco, do qual algumas músicas estão presentes no espetáculo. De um certo modo, ele fez sucesso, porém de uma maneira horrenda”, explica.
Um ponto abordado pelo diretor é a questão da idolatria dos ídolos. “Sempre fiquei curioso em como esses garotos se deixaram levar por um líder como Manson. Um dos testemunhos de Susan Atkins dizia que não havia limites para o que ela faria por ele. Isso acabou gerando aquele trágico assassinato. Então pergunto qual é a necessidade de seguir uma idolatria cega e fazer tudo o que for te pedido?”, indaga.
Serviço
Espetáculo teatral Manson Superstar. Nesta sexta e sábado, às 21h, e no domingo, às 19h, no Teatro da Caixa (Rua Conselheiro Laurindo, 280, Centro). Ingressos a R$10 (inteira), à venda no local. Não recomendado para menores de 16 anos.