O novo disco da banda paulistana Forgotten Boys, “Taste It”, é um dos melhores do grupo, fundado na década de 90. Diferente dos outros discos, esse reúne apenas composições em inglês. E tanto as letras quanto as músicas demonstram a maturidade da banda, que já acumula quase 20 anos de estrada. Parte dessa mudança musical se dá por conta de seus novos integrantes: o guitarrista Dionísio Dazul e o tecladista Paulo Kishimoto.

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“Nunca deixamos de cantar em inglês. Nesse disco, no entanto, as composições em inglês eram as que fluíam com mais facilidade”, diz o vocalista Gustavo Riviera. “Também não fizemos esse álbum com a intenção de tocar lá fora. Não temos esse direcionamento. É que, em inglês, ficou melhor mesmo.” Para o vocalista, os novos integrantes, de fato, ajudaram a renovar a sonoridade da banda. “Não seguimos nenhum padrão”, diz. “Os caras entraram no trabalho de maneira intensa. Tem muita coisa deles no disco.”

Há em “Taste It”, pelo menos, duas composições com claras inspirações em Beatles e outras bandas das décadas de 60 e 70. A primeira é “Taste”, que começa acústica e depois vai incorporando os mais variados elementos, inclusive o vazamento de vozes no estúdio, dando um clima bastante retrô. A outra é “Oh My Soul”, repleta de distorção. “Essa música foi composta na época do disco Louva-a-Deus, lançado há três anos, mas só nos sentimos à vontade para divulgá-la agora”, explica Riviera. Traz também canções com bons riffs, que remetem a Jimi Hendrix, como é o caso de “You Draw The Line”.

As composições com inspiração nos mestres da guitarra podem ser explicadas pela produção assinada pelo americano Roy Cicala, que já trabalhou com John Lennon, Lou Reed, Patti Smith, Alice Cooper, David Bowie, Elvis Presley, Madonna, Dire Straits, Jimi Hendrix, Frank Zappa, entre muitos outros, e hoje mora em São Paulo.

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“Já tínhamos trabalhado com o Roy antes. Daí, nos encontramos de novo e voltamos a trabalhar juntos”, lembra o vocalista. “Dessa vez, nosso envolvimento com ele foi mais forte. Convivemos mais tempo juntos.” Das 11 faixas do álbum, Cicala mixou cinco delas. O trabalho do produtor reforçou também as influências do grupo, calcadas no glam rock, hard rock, Rolling Stones, Ramones e Iggy Pop. As informações são do Jornal da Tarde.