Grupo Meretrio lança disco de música instrumental

A idade é pouca, na casa dos 25 anos, mas há tempos eles se dão para todos os gêneros musicais sem o mínimo de pudor. Do heavy metal ao baião, da lambada ao jazz, do frevo à valsa. O que caracteriza o Meretrio é uma verdadeira e saudável promiscuidade sonora. Por isso, lançando hoje seu segundo disco, batizado de “Projeto Meretrio”, o grupo vem arrancando elogios de nomes respeitados no Brasil e é exemplo para os pares de sua geração de como fazer música instrumental autêntica e extremamente moderna.

Em 2003, quando se conheceram na Unicamp, no curso de Música Popular, o guitarrista Emiliano Sampaio, o baixista Gustavo Boni e o baterista Luís André “Gigante”, que cursava percussão erudita, carregavam consigo bagagens de influências naturalmente distintas. No final do primeiro ano de universidade, os três juntaram-se para tocar jazz e música brasileira com o único objetivo de estudar novas linguagens. Despretensiosos, seis meses depois eles já tinham um pequeno repertório mesclando standards e algumas composições próprias para apresentar em shows. Faltava então um nome para o grupo. “Os grupos de música instrumental têm nomes muito ligados à raiz indígena, passarinhos, coisas da terra, mas a gente é essencialmente urbano, o grupo e o som não remetem muito a raízes brasileiras ou tradição e a gente estava procurando um nome diferente. Um amigo da faculdade fez esse trocadilho e acabou ficando”, comenta Emiliano.

Pouco mais de três anos depois, o Meretrio gravou seu primeiro disco, homônimo, na base da camaradagem. O técnico de som Mario Porto cedeu seu home studio, que ficava próximo à Unicamp; Pedro Campanha, amigo de infância de Emiliano, fez a arte do álbum, e amigos como Marcelo Vieira (violoncelo) e Marcelo Valezi (flauta) participaram em uma faixa.

De lá para cá, os três rapazes amadureceram e se entrosaram ainda mais, sendo incensados por músicos respeitados, como Roberto Sion, regente da Orquestra Jovem Tom Jobim, o violonista e professor Ulisses Rocha e o baterista Paulo Braga. Sem deslumbre, o trio recebe as citações não como uma chuva de confetes, mas como incentivo. “O mais legal é ver esses caras que eu via na TV quando era moleque, começando a tocar, e hoje conhecê-los e ter esse contato, trabalhar junto”, diz Gustavo. “O que vale é ter a oportunidade de esses caras levarem nosso trabalho pra casa e depois ouvir os comentários, bons ou ruins; o importante é a resposta, essa resenha com eles”, completa Emiliano.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo