Novos desafios no horizonte da Record, o maior grupo editorial brasileiro: depois de um ano e meio à frente do catálogo de ficção nacional, Guiomar de Grammont deixa a função para se dedicar a projetos pessoais e Carlos Andreazza, editor de não ficção, assume, em janeiro, também a área de ficção brasileira. Segundo a Record, a saída da editora foi “de comum acordo”.
Ao longo de suas sete décadas, o grupo construiu um catálogo com importantes nomes da literatura nacional e, de alguns anos para cá, com o aumento da competitividade, ela acabou perdendo os direitos da obra de grandes autores, como Jorge Amado e, mais recentemente, Carlos Drummond de Andrade, para outras editoras. Manter escritores consagrados na casa e atrair jovens talentos são metas do novo editor.
“Agora estou mergulhado no catálogo, fazendo estudos dos livros que estão contratados e dos que estão em produção. Depois, quero me apresentar aos autores que ainda não conheço e dar muita atenção aos nossos escritores clássicos, como o Graciliano Ramos”, conta. Sobre os contemporâneos, diz: “A Record sempre apostou no lançamento de escritores e sou muito atento ao trabalho deles”.
Professora da Universidade Federal de Ouro Preto e idealizadora do Fórum das Letras, na cidade mineira, Guiomar de Grammont pensa agora na sua carreira literária. “Quero voltar a escrever e me dedicar de corpo e alma à divulgação dos livros que pretendo publicar em 2014. Tenho enorme carinho e respeito pelos autores do meu catálogo e não quero me sentir dividida entre o cuidado com as obras deles e os lançamentos dos meus livros”, conta.
Agora, ela procura editora para o romance “Na Tua Ausência”…, que tem como pano de fundo a ditadura militar, “Aeroportos”, com um único e longo poema, e escreve com a diretora italiana Alessandra Vannucci a adaptação do “Diário da Prisão”, de Judith Malina.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.