O grupo cascavelense ?Barbarizando o Choro? é a atração deste domingo no 17º Festival de Música de Cascavel. O grupo se apresenta às 20h30, no Centro Cultural Gilberto Mayer. A entrada é franca.
Criado recentemente ? a estréia foi em julho deste ano – com a finalidade de divulgar o choro e a música instrumental brasileira, ?Barbarizando o Choro? é formado por Lupe Fernandes, multi-instrumentista, professor de música (bandolim, cavaquinho, clarineta, saxofone, violão) e compositor, Lobinho Aguillera (violão), EliZeus (pandeiro) e Jaime Rodrigues (timba, zabumba, triângulo e bongô).
No repertório, músicas de Pixinguinha, Ernesto Nazaré, A Cor do Som, Luiz Gonzaga, Waldir Azevedo e temas do próprio grupo executados com pitadas de jazz e muita improvisação. O Festival de Música de Cascavel é uma realização da Prefeitura de Cascavel, através da Secretaria da Cultura, com apoio da Secretaria de Estado da Cultura, Unipan, RMV, Revista Batera, Arte Som e Sesc/Cascavel.
Para entender o choro
O choro pode ser considerado como a primeira música urbana tipicamente brasileira. Os primeiros conjuntos de choro surgiram por volta de 1880, no Rio de Janeiro ?antiga capital do Brasil?, nascidos nas biroscas do bairro Cidade Nova e nos quintais dos subúrbios cariocas.
Esses grupos eram formados por músicos ?muitos deles funcionários da Alfândega, dos Correios e Telégrafos, da Estrada de Ferro Central do Brasil?, que se reuniam nos subúrbios cariocas ou nas residências do bairro da Cidade Nova, onde muitos moravam.
O nome Choro veio do caráter plangente e choroso da música que esses pequenos conjuntos faziam. A composição instrumental desses primeiros grupos de chorões girava em torno de um trio formado por flauta, instrumento que fazia os solos; violão, que fazia o acompanhamento como se fosse um contrabaixo ?os músicos da época chamavam esse acompanhamento grave de "baixaria"?; e cavaquinho, que fazia o acompanhamento mais harmônico, com acordes e variações.
Esse tipo de música também era conhecida na época como pau-e-corda, porque as flautas usadas naquele tempo eram feitas de ébano. O choro foi o recurso que o músico popular utilizou para tocar, do seu jeito, a música importada que era consumida, a partir da metade século 19, nos salões e bailes da alta sociedade. A música que os chorões tocavam, porém, logo se distinguiu em muito daquelas tocadas no nobres salões cariocas.
O choro é marcado pelo ardil de seus participantes para derrubar aquele que esteja se saindo mais buliçoso, mais irrequieto que os outros. O choro é uma música feita de arquétipos que exigem do músico muito domínio de seu instrumento e uma apurada percepção de códigos e senhas que se encaixam em gigantescos improvisos.
Serviço:
Evento: Barbarizando o Choro
Data: domingo (15)
Horário: 20h30
Entrada franca
Local: Centro Cultural Gilberto Mayer
Informações: (45) 3321-2109
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