Gruber e Débora Muszkat: esforços para criar obra única

“Você saberia desenhar o seu pai sem olhar para ele?”. Uma exposição pode bem começar com uma pergunta desse tipo, quase uma provocação. Ela foi feita um belo dia por Gregório Gruber a Debora Muszkat. Ele, um artista de carreira consagrada, ela, uma artista visionária, há anos lidando com a transparência do vidro, sua matéria-prima escultural. A pergunta viria num momento particularmente difícil, em que Débora acompanha o tratamento de saúde do pai, Rubens Muszkat, um advogado com alma de músico, amigo dos muitos amigos, presença solar na família.

“Tinha que ter os traços dele na memória. Decidi então revirar a sua vida, levei fotos antigas para o ateliê do Gregório na Serra da Cantareira, comecei a riscar, riscar e, quando nos demos conta, estávamos desenhando na mesma folha de papel”, conta Debora. O resultado dessa íntima parceria pode ser conferido na exposição “Fusões”, inaugurada no Centro de Cultura Judaica.

São 50 retratos de personalidades particularmente significativas para os dois artistas. Gente que de alguma forma marcou suas vidas. Debora começa pela própria família — do retrato paterno e do quadro em que recria o casamento de Rubens e Malvina (sua mãe, conhecida psicanalista de São Paulo), com todo aquele vigor do cerimonial judaico. Daí ambos partem para a família que o mundo trouxe para suas vidas, numa busca que se estabelece a partir do desenho – a mão que não para, puro ato da criação – num trabalho em parceria que se estendeu por um ano inteiro.

FUSÕES – Centro da Cultura Judaica. Rua Oscar Freire, 2.500, 1º andar, Sumaré, 3065-4333. 12h/19h (fecha 2ª). Grátis. Até 9/2.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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